A Azul levantou R$ 1,66 bilhão em sua oferta primária de ações preferenciais, um passo relevante na reestruturação da companhia e também para o avanço de suas conversas de fusão com a Gol.
A companhia distribuiu cerca de 464 milhões de ações, ao preço de R$ 3,58 cada, valor pré-acordado. Como parte do acordo com credores, serão distribuídos ainda bônus de subscrição para cada nova ação emitida.
A aérea tinha expectativa de aumentar a oferta base, já que as ações emitidas inicialmente são conversões de dívida e um lote adicional pode poderia colocar recursos no caixa da companhia. No comunicado da oferta, em abril, a companhia apontava a possibilidade de aumentar a oferta base em até 155% – nesse caso, a oferta total passaria de R$ 4 bilhões.
Enquanto isso…
A Voepass Linhas Aéreas indicou a Latam como “principal responsável” pela crise financeira que culminou no pedido de recuperação judicial, feito pela companhia aérea de Ribeirão Preto (SP) na noite desta terça-feira (22).
Na petição em que formaliza o pedido, ao qual o g1 teve acesso, a Voepass, que teve todas as operações suspensas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), afirma que a Latam “exerceu elevado poder de ingerência no âmbito da relação comercial existente entre as partes”.
Ainda de acordo com documento, as empresas possuíam um acordo de Capacity Purchase Agreement (CPA), e não apenas de codeshare, como vinha sendo divulgado anteriormente.
🔎 O acordo de CPA significa que a Latam poderia ter todo o controle na gestão da Voepass, como em uma sociedade, diferentemente do codeshare, que envolvia apenas a utilização de aeronaves da Voepass por parte de passageiros que compram passagens pela Latam.
De acordo com a Voepass, no entanto, depois da tragédia na região de Campinas, a parceira solicitou a suspensão das atividades de quatro aeronaves, mantendo apenas seis em operação. Além disso, também segundo a Voepass, a Latam deixou de repassar aproximadamente R$ 35 milhões relacionados aos custos de manutenção das aeronaves.