Uma mulher, de 28 anos, foi presa por suspeita de envolvimento em falsificações de laudos médicos para indenizações da tragédia de Brumadinho. Segundo a Polícia Civil, as investigações duraram cerca de 11 meses.
De acordo com a instituição, a investigada trabalhava em duas clínicas de Belo Horizonte, onde participava de um grande esquema de fraudes, que funcionava da seguinte forma:
- Advogados entravam em contato com a mulher e encaminhavam clientes para consulta médica e psicológica.
- Muitas vezes, os atendimentos tinham duração de dez minutos e eram feitos apenas por aplicativos de mensagem no telefone ou formulários.
- Depois das consultas, médicos ou psicólogos emitiam laudos dizendo que a pessoa sofria de transtorno de estresse pós-traumático e que o distúrbio foi causado pelo rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em 2019 (abaixo, leia mais sobre o desastre).
- Os documentos falsos eram devolvidos aos advogados, que acionavam a Justiça.
-
Ainda conforme a PC, alguns processos tinham pedidos de indenizações que variavam entre R$ 10 mil a R$ 100 mil. Além disso, foi constatado que muitos laudos eram idênticos, com as mesmas palavras e código internacional utilizado para classificar o transtorno.
Já os pacientes que requisitavam as compensações até moravam em Brumadinho, mas em lugares distantes da área afetada pelo colapso da estrutura ou não conheciam nenhum dos atingidos. Todos esses fatores chamaram a atenção do Judiciário.
Ao todo, 12 mil ações foram periciadas. Até o momento, centenas delas apresentaram irregularidades.