VALE TUDO?

O remake de um dos maiores sucessos da novela das 8 do globo começa nesta segunda-feira, mas a novela da contenda judicial entre a Ternium e a CSN, demonstra que o grupo industrial de Volta Redonda está disposto a tudo, há mais tempo. 

Semana passada, a novela Mania de Você, o último fracasso dos folhetins diários da novela das 9, chegou ao fim. Segunda-feira, começa o remake de Vale tudo, sucesso dos anos 80, de Gilberto Braga. Contudo, a sociedade do Vale do Aço acompanha, com apreensão, a contenda entre a Ternium, grupo Ítalo-Argentino que lidera o bloco de controle da Usiminas e a CSN, Companhia Siderúrgica Nacional, maior concorrente da siderúrgica mineira que também possui a ambiguidade de deter ações no bloco de controle da siderúrgica do Vale do Aço.

Essa condição que já teve sentença proferida pelo Conselho de Autodefesa Econômica, CADE e pela justiça para que a CSN desfaça de suas ações da Usiminas é anterior a outra contenda em que a Ternium, após todas as instâncias administrativas e judiciais foi condenada, de forma surpreendente nos embargos de declaração, a pagar multa de 5 bilhões de reais para a CSN, como compensação de não ter utilizado o mecanismo de “Tag Along”, nome em inglês que significa, no linguajar do Ibovespa, fazer oferta pelo mesmo valor aos acionistas minoritários na ocasião da compra das suas ações junto a Votorantim e Camargo Correa, em 2011. A CSN acusa a Ternium de falsear uma aquisição do controle da empresa e não de participação equânime a Nippon Steel e as demais acionistas do bloco de controle.

Essa novela começou em 2011, teve reviravolta surpreendente em 2023 e chega em 2025 em uma espécie de Vale Tudo, pelo menos no que se observou, nesta semana, com a divulgação, pela CSN, de uma suposta denuncia da Organização das Nações Unidas a Ternium por manter relações com carteis do tráfico de drogas no México, onde possui duas operações siderúrgicas, uma na cidade de Monterrey e outra em Pesqueria.

Por sua vez, a Ternium respondeu, acusando a CSN de fake news para desviar obrigação de vender ações da Usiminas, afirma Ternium.

O Grupo Italo-argentino, repudiou “a postura lamentável” da CSN de divulgar “fake News” para desviar o foco da decisão judicial que manda a empresa vender as ações ilegais compradasda Usiminas.

Ainda no comunicado, a Ternium alfineta: “Ao invés de focar na redução da dívida bilionária e melhorar a sua operação siderúrgica em Volta Redonda, a CSN gasta milhões de Reais para publicar anúncios falsos”.

Irresponsabilidade

Para o grupo empresarial com presença em diversas unidades na América latina, é uma irresponsabilidade da CSN acusar a Ternium de ter relações com cartéis do tráfico no México ou responsabilidade por desaparecidos na região de mineração do país.

A acusação da CSN, vai mais longe sugerindo que a Ternium esteja envolvida com o desaparecimento dos líderes da comunidade de Aquila, Ricardo Lagunes e Antonio Días, que as autoridades mexicanas investigaram o caso e prenderam dois suspeitos.

Em nota, a empresa afirma que colaborou ativamente em tudo que está ao seu alcance para contribuir com o caso dos desaparecidos e auxiliar os órgãos locais e que nenhum deles jamais iniciou ou promoveu qualquer ação legal contra a Ternium.

A Ternium leva esta situação com a maior seriedade, enfatizando que ambos mantiveram uma relação de diálogo com abertura, liberdade, respeito e valorização pessoal com a Ternium e seus dirigentes. Observe também

 

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