Legenda: “Estrondo intenso e liberação de fumaça”
Subsidiária do conglomerado siderúrgico de João Monlevade tem explosões durante a semana. Adiamento de R$4 bilhões em investimentos nas plantas mineiras de siderurgia e mineração podem explicar os episódios.
Na tarde de quinta-feira (16) um incidente no alto-forno da ArcelorMittal Monlevade provocou susto em moradores e transeuntes. O evento, marcado por um estrondo intenso e liberação de fumaça, não causou feridos ou danos estruturais, segundo a empresa.
A ocorrência, registrada nas dependências da siderúrgica, rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais através de vídeos compartilhados por testemunhas. Em comunicado oficial, a ArcelorMittal garantiu que o incidente não comprometeu a segurança dos trabalhadores nem afetou equipamentos e estruturas operacionais da unidade.
Reincidência
Em junho do ano passado, houve uma explosão sem vítimas na usina de João Monlevade. Moradores nas imediações da Usina, como do bairro Vila Tanque, relataram que ouviram um barulho forte, na noite do dia 17 vindo da siderúrgica. Alguns relataram forte vibração em janelas de residências após o estrondo, como se houvesse um deslocamento de ar. Vídeos circularam nas redes sociais mostrando o que seriam carros de emergência e que trabalhadores estavam seriamente feridos.
A época, a siderúrgica atribuiu a ocorrência de ruído atípico em razão de uma reação controlada em um processo rotineiro e planejado na área de cambagem de escória, acompanhado preventivamente pela Brigada Tática da unidade, não havendo qualquer explosão ou vítimas.
Episódios sinalizam?
No fim de dezembro do ano passado, a ArcelorMittal colocou em “stand-by” um investimento de até R$ 4 bilhões, em Minas Gerais. As justificativas para tanto e o cenário de incerteza sobre a continuidade do crescimento da economia brasileira nos níveis de 3% ao ano nos próximos anos, as perspectivas da demanda nacional de aço e o comportamento das importações de aço chinês, que têm mantido ritmo forte. O projeto, avaliado como relevante na estratégia do grupo, prevê duplicar a fábrica que opera no município de João Monlevade. O que pode estar pegando é a atualização tecnológica de equipamentos e os episódios recentes podem tornar investimentos não mais uma questão de opção, mas sim de continuidade das operações.
Por outro lado…
Em compensação, novembro de 2024, na Unidade de Vega, em São Francisco do Sul (SC), investiu R$ 2 bilhões que geraram 350 novas vagas permanentes de trabalho. Agora, a unidade mantém mais de 1.300 empregos diretos entre empregados próprios e de empresas que atuam no seu condomínio industrial.
.