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E a Petrocity?

Empresa capixaba que desde 2017 apresenta aquisição de concessão para construção de ferrovias (uma delas passando pelo Vale do Aço) anuncia, em audiência pública, início das obras em 2026. Será que desta vez, vai?

Anunciado em 2013, a construção do megaporto da Petrocity,um  terminal que atenderia exclusivamente o setor de petróleo e gás, não foi iniciada para que pudesse realizar uma reestruturação que englobaria terminais especializados no transporte de veículos e rochas ornamentais.  A expectativa era que as obras fossem iniciadas em 2020.

Nessa reestruturação estava incluída a construção da Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo que concebia unidades de transbordo e armazenamento de cargas em Barra de São Francisco (ES), Governador Valadares, Santa Maria de Itabira e Sete Lagoas (MG), passando pelo terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, onde haveria uma Unidade de Transbordo de Cargas, UTC, de mercadorias de alto valor agregado. Em 2019, esforços da Fiemg fizeram com que o presidente da Petrocity recebesse a proposta de lideranças políticas e empresariais para a inclusão do Vale do Aço no traçado desta estrada de ferro não contemplado no projeto inicial.

Em novembro de 2021, o diretor-presidente da Petrocity, José Roberto da Silva, veio novamente ao Vale do Aço, anunciar que a Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo, EFMES, com 460 quilômetros, teria a previsão inicial de transportar 18 milhões de toneladas de carga. Ele acenava que a empresa estava na etapa de refinamento de estudos para definição do melhor traçado.

O projeto, então, reestruturado, previa quatro Unidades de Transbordo e Armazenamento de Cargas, Utac, em todo o seu traçado, das quais duas já confirmadas em Minas Gerais, nos municípios de Governador Valadares e Ipatinga (a empresa estudava a implantação de mais um terminal para recebimento e distribuição das cargas que chegam e saem da ferrovia no Vale do Aço).

Anos depois…

A Petrocity Ferrovias anunciou, nesta semana, a construção de 2.160 km de malha ferroviária ligando o Norte do Espírito Santo a Minas Gerais e ao Centro-Oeste, no Distrito Federal e em Goiás. A previsão de início das obras é para 2026, com pico de 19.500 empregos em todos os estados.

Os detalhes foram apresentados em audiência pública nessa quarta-feira (15) no Palácio Anchieta, em Vitória. A Petrocity obteve do governo federal a concessão para construir e operar quatro ferrovias — sendo duas passando por municípios capixabas — que serão interligadas formando o Corredor Centro-Leste.

A Estrada de Ferro Juscelino Kubitchek (EF-030) passará por São Mateus, Jaguaré, Nova Venécia, Barra de São Francisco, Água Doce do Norte e Ecoporanga, enquanto a Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo (EF-465) terá trecho em Barra de São Francisco.

Elas serão usadas no transporte de carga geral para exportação, como café, rochas, madeira, minério, celulose e granéis. Para importação, serão transportados fertilizantes, diesel e contêineres.

Segundo o presidente do Grupo Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva, as desapropriações vão começar em março, e a expectativa é conseguir a licença prévia até novembro de 2026, com operações a partir de outubro de 2031. Segundo ele, o investimento total é de R$ 23,4 bilhões. Ele destacou ajuda com os incentivos do Estado.

Vereadores de Barra de São Francisco presentes no Palácio Anchieta, sede do governo do Espírito Santo, para audiência pública

Tanto governador do estado do Espírito Santo, Renato Casagrande quanto seu secretário de desenvolvimento Econômico, Ricardo Ferraço, comemoraram a inciativa. Assim como, as lideranças políticas do Vale do Aço têm estendido o “tapete vermelho” para o presidente da Petrocity (agenda positiva é tudo aquilo que um governante quer passar para que a imprensa divulgue e crie um ambiente que possa atrair investimentos orientados pelo investimento-âncora).

Estamos em 2026 e a construção segue com muitas perguntas a serem respondidas. Quais serão os financiadores dos mais de 23 bilhões previstos? Como serão feitas desapropriações que caminharem para a judicialização? Como garantir mão de obra especializada para a construção e operação? Por que o transporte de passageiros não está incluído no estudo de viabilidade? Por fim, por que mais uma “audiência pública” provocada pelo prefeito de Barra de São Francisco, nesse momento?

A ferrovia da Petrocity muito se assemelha a duplicação da BR 381 que ajudou a eleger muitos políticos e todo o ano a data prevista para a sua conclusão é adiada para 10, 15, 20, 30 anos…Ou a megalomania de um empresário que surgiu como um foguete no início dos anos 2000 e desapareceu da mesma forma: Eike Batista!

 

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