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HEADER – DESTAQUES VALE DO AÇO – BNDF

ArcelorMittal Brasil paralisa expansão em João Monlevade.

Aço chinês continua provocando desinvestimento, desativação de áreas primárias e demissões coletivas.

A ArcelorMittal Brasil anunciou a paralisação, por prazo indeterminado, das obras de expansão na usina de João Monlevade. A expansão da unidade é um dos principais projetos da companhia que, no ano passado, conforme o relatório de demonstrações financeiras, teve seu investimento revisado de US$ 500 milhões para US$ 800 milhões.

Contudo, a redução da demanda interna por aço, resultado do aumento das importações vindas, principalmente, da China, continuaram crescendo. A taxação de 25% da importação acima da quota permitida, anunciada em abril deste ano, pelo Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comercio não se demonstraram suficiente para frear as importações de aço.

A Arcelor Joao Monlevade é uma das grandes siderúrgicas que se junta à Usiminas e Aperam que são fortemente impactadas por essa falta da defesa da competitividade do aço brasileiro diante das condições desiguais que o governo chines impõe ao subsidiar suas siderúrgicas.

Em nota, a empresa afirmou que “Frente ao cenário macroeconômico e às oportunidades de mercado, a ArcelorMittal Brasil vem revisando seu plano de investimentos e decidiu, por ora, paralisar as obras do projeto de expansão da Unidade de Monlevade. Como em todo projeto desse porte, a empresa acompanha o cenário macroeconômico e do setor siderúrgico no País, impactado pelo aumento das importações, e o crescimento da demanda por aço tem sido inferior ao previsto”. 

Laminador 3

O Laminador 3, que integra o projeto, foi finalizado e está em operação desde 2022 e atingiu, em julho desse ano, a marca de 1 milhão de toneladas produzidas desde o início de sua atividade.

O novo laminador dobrou a capacidade de produção de laminados da unidade, e está em linha com a estratégia da empresa de ampliar a produção de produtos de alto valor agregado. Já as linhas de sinterização, alto-forno e aciaria serão paralisadas, e parte dos recursos será redirecionado para modernização da planta. “A ArcelorMittal continua a acreditar no País e reafirma a importância da Unidade de Monlevade para o negócio da empresa no Brasil e o seu papel de destaque, decorrente da produção de fio-máquina para aplicações especiais, sendo a única planta industrial no País a produzir steel cord voltado para o mercado automobilístico. A empresa reforça ainda que prossegue investindo e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do município e região”, conclui a nota.

Nessa postura ineficaz do governo brasileiro em defesa da indústria siderúrgica nacional só tem perdedores e, os que mais perdem, são os trabalhadores e toda a sociedade que passa a correr riscos de desativação de áreas de produção das suas respectivas siderúrgicas, além é claro as demissões em massa.

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