Ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, além de ex-deputado federal, Antônio Delfim Netto faleceu nesta segunda.
O economista, professor e ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, morreu nesta segunda-feira, 12, aos 96 anos, em São Paulo. Ele estava internado desde a última segunda-feira, 5, no Hospital Israelita Albert Einstein em decorrências de complicações no seu quadro de saúde. O ex-ministro deixa a esposa, Gervásia Diório, a filha Fabiana Delfim e o neto Rafael.
Descendente de imigrantes italianos, Antônio Delfim Netto nasceu no bairro do Cambuci, em São Paulo, e fez parte da terceira turma de estudantes de Economia da Universidade de São Paulo (USP).
Sua vida profissional começou de maneira simples: o primeiro emprego de Delfim Netto foi como auxiliar de escritório na Indústria Gessy do Brasil. E, ainda estudante, trabalhou no Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo. Nada disso dava pistas de como o economista seria influente nos rumos político-econômicos do Brasil, por quase 60 anos, de maneira direta ou indireta.
Elegeu-se deputado por 5 vezes consecutivas e atuou como professor universitário na USP, nas Faculdades de Economia, Administração e Contabilidade.
Teve um papel de grande relevância nos anos da Ditadura no Brasil. Foi ministro da Fazenda dos governos militares de Costa e Silva (1967-1969) e Médici (1969-1973), e ministro da Agricultura do governo Figueiredo (1979-1984). Nessa gestão, também atuou como secretário do Planejamento e controlou o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central.
Integrou ainda o Conselho Consultivo de Planejamento do governo Castelo Branco (1964-1967). Sua gestão no Ministério da Fazenda foi marcada por um período de desenvolvimento econômico internacional, com facilidade de empréstimos. O período ficou conhecido no Brasil como os anos do “milagre econômico”.
Além de ministro, Delfim Netto foi embaixador brasileiro na França no governo Geisel (1974-1979), e assumiu a Secretaria de Planejamento, em 1979, com a economia em condições desfavoráveis. Os anos finais da Ditadura foram marcados pelo declínio econômico do país e pela explosão da dívida externa.
Em 1986, elegeu-se deputado pelo PDS. E, logo em seguida, em 1987, participou da Assembleia Nacional Constituinte. Foi reeleito deputado federal em 1990 e 1994 pelo PPR. No fim da vida, escreveu sobre política e economia para diversos veículos de comunicação do país, como Folha de S. Paulo e revista Carta Capital.