Exportações de Minas mantém ritmo positivo

Ponte reolante da unidade de Guarulhos da Bardella, a principal.

As relações comerciais de Minas com o mercado internacional acumulam um aumento de 8,8% no primeiro trimestre deste ano, se comparado com o mesmo período em 2023. Segundo dados do Governo Estadual, as exportações passaram dos US$ 13 bilhões

Considerando todo o fluxo comercial, isto é, a soma das operações de importação e exportação, Minas Gerais contabilizou US$ 18,3 bilhões entre janeiro e abril. Assim, o saldo comercial fechou com um superávit de US$ 8,5 bilhões, alta de 14% em comparação com a mesma época de 2023.

O levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), aponta ainda Minas Gerais como terceiro estado em exportação do País, com uma fatia de 12,3% do total dos embarques nacionais.

Produtos e destinos

Os principais produtos exportados foram: minério de ferro (35,1%), café (16,9%), soja (7,8%), ferroligas (5,3%) e açúcares (4%). Nesse sentido, Minas Gerais foi também o principal estado brasileiro exportador de minério de ferro (US$ 4,7 bilhões), café (US$ 2,3 bilhões) e ferroligas (US$ 704 milhões).

Os embarques mineiros alcançaram 174 mercados, nos quatro cantos do mundo, tendo como principais países compradores China (40,9%), Estados Unidos (9,8%), Argentina (3,7%), Alemanha (3,4%) e Países Baixos (3,3%).

Além disso, no 1º quadrimestre de 2024, Minas Gerais também aumentou suas exportações para a China (US$ 775 milhões), Estados Unidos (US$ 222 milhões), Bélgica (US$ 103 milhões), Suíça (US$ 90 milhões) e Canadá (US$ 56 milhões).

Dentre as mesorregiões do estado, as que apresentaram destaque nas exportações no mesmo intervalo foram: Metropolitana de Belo Horizonte (47,7%), Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (20,1%) e Sul/Sudoeste de Minas (15,4%). Os principais municípios exportadores foram: Conceição do Mato Dentro (6,1%), Araxá (5,9%) e Nova Lima (5,8%).

Indústria domina as importações

Diante do superávit na balança comercial, as importações indicam um cenário de desenvolvimento da indústria mineira. Elas somaram US$ 4,9 bilhões no primeiro quadrimestre de 2024, com um pequeno aumento de 0,8% se comparado com o mesmo período do ano anterior.

As importações foram concentradas na indústria de transformação (93,5%), seguida da indústria extrativa (5,3%). Entre os principais produtos importados por Minas no primeiro quadrimestre de 2024 estiveram: diodos, transistores e similares a semicondutores (6,3%), automóveis (4,9%), carvão de pedra, briquetes, bolas e combustíveis sólidos semelhantes (4,1%), partes e acessórios de automóveis (3,2%) e veículos para transporte de mercadorias (2,8%).

Dentre as mesorregiões de destaque nas importações mineiras estão: Metropolitana de Belo Horizonte (42,6%), Sul/Sudoeste de Minas (28,8%) e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (10,5%). Além disso, no 1º quadrimestre de 2024, os principais municípios importadores foram: Betim (14,1%), Extrema (10,5%) e Uberaba (6,8%).

Dos 128 mercados de origem, a China (25,7%) se manteve como principal parceira comercial nas importações mineiras, acompanhada dos Estados Unidos (13,2%), Argentina (8,3%), Itália (5,4%) e Alemanha (4,7%).

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O fim de uma era: Bretas encerra atividades no Vale do Aço

Neste domingo, 11 de maio, a rede de Supermercado Bretas, outrora dominante na região, encerrou oficialmente suas operações no Vale do Aço. As unidades de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo serão assumidas pela rede de Supermercados BH, que inicia a administração já nesta segunda-feira, dia 12. A previsão é que as lojas reabram ao público na próxima quinta-feira, dia 15, já com nova identidade visual e mudanças operacionais que vêm sendo aguardadas com expectativa. No sábado, véspera do fechamento, a reportagem do Conex10 visitou duas das unidades da rede (Centro de Ipatinga e Caravelas) e o cenário era de tranquilidade, mas de clima total de fim de ciclo. Corredores quase vazios, poucos carrinhos sendo empurrados e um silêncio que contrastava com a movimentação típica de um final de semana. As prateleiras estavam abastecidas, mas clientes e funcionários em ritmo de despedida indicavam a conclusão de uma trajetória que marcou a história do comércio varejista da região por mais de três décadas. Funcionários ouvidos pela reportagem, que preferiram não se identificar, disseram que a maioria continuará empregada, agora sob a bandeira do BH. “A expectativa é boa. Sabemos que o BH está em expansão, e esperamos que venham novos tempos, com melhorias e mais estrutura”, disse um funcionário com anos de casa e que confirmou sua permanência neste primeiro momento. Outro acrescentou: “A gente sente um misto de tristeza mas de esperança. O Bretas foi importante, mas chegou a hora da virada.” Entre os clientes, muitos expressaram sentimentos nostálgicos. A dona de casa Maria Aparecida Nogueira, cliente fiel há mais de 20 anos, lamentou o fim. “Fiz minhas compras aqui por anos e anos. É triste ver tudo acabar assim.” Já o economista aposentado João Batista Oliveira lembrou que o setor supermercadista mudou muito nos últimos 15 anos. “Depois que deixou de ser dos donos, o serviço piorou, os preços subiram, e os concorrentes, alguns até menores e outros gigantes do setor, tomaram conta.” A estudante Larissa Abelardo comentou que, mesmo sentindo saudades, está curiosa para ver o que a nova rede trará. História de sucesso e ocaso comercial  Fundado no final dos anos 40 em Santa Maria do Itabira, o Bretas chegou ao Vale do Aço com sua primeira loja em Timóteo, em 1988, no bairro Centro-Norte (Acesita). Posteriormente, a empresa trouxe sua sede administrativa para a região, expandindo sua presença para até dez lojas nas três principais cidades. No entanto, com a chegada de novos concorrentes e mudanças na gestão, após a venda para o grupo chileno Cencosud, em 2010, o Bretas foi perdendo espaço e força e, pior que isso, não esboçou nenhuma reação no sentido de recuperar este lugar. O encerramento de suas atividades neste domingo sela a conclusão de uma trajetória, mas também marca o início de uma nova fase no varejo regional. O Bretas teve sua venda ao BH anunciada em 7 de fevereiro. No Vale do Aço, a noticia foi dada em primeira mão pela Rádio Jovem Pan. O acordo girou em torno de R$ 716 milhões, envolvendo as lojas localizadas em Minas. Apesar do valor expressivo, ele é 47% menor em relação ao que o Cencosud pagou em 2010, quando comprou o Bretas por R$ 1,35 bilhão. Apesar do valor menor, o novo controlador leva uma operação ligeiramente maior. Há 15 anos, eram 45 unidades em Minas Gerais, além de oito postos de combustíveis e um centro de distribuição, localizado em Contagem. Atualmente, integram a negociação 62 lojas em território mineiro, além dos mesmos oito postos e o centro de distribuição. O Cencosud seguirá operando o Bretas em Goiás, onde mantém 26 unidades. Quando foi vendido ao Cencosud, o Bretas era líder isolado em Minas Gerais no setor supermercadista e ocupava o 7º lugar no ranking da Abras. Nas mãos do gruo chileno,  além de crescer muito pouco organicamente, os chilenos viram os concorrentes ganharem terreno. Hoje, o BH tomou essa liderança, com grande folga, além de ocupar o 4º lugar nacionalmente. O Cencosud vem caindo no ranking ao longo dos últimos anos e, com esta venda, pode perder mais uma posição para outro mineiro: o Mart Minas.

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