A cidade de Ipatinga está prestes a se tornar referência nacional em saúde pública acessível para pessoas surdas. Representantes da Secretaria de Saúde estiveram em Brasília, nesta semana, buscando recursos para um projeto inovador, batizado como Sinais Vitais. O objetivo é diminuir as demandas e dificuldades enfrentadas pelas pessoas com surdez na região, proporcionando atendimento humanitário e acessível a todos os pacientes da rede municipal de saúde.
O Sinais Vitais é um programa que utiliza um aplicativo web de videochamada para oferecer tradução em tempo real a profissionais de saúde e pacientes surdos. Serão disponibilizados intérpretes de língua de sinais em pronto atendimento, permitindo uma comunicação eficiente e eficaz entre os profissionais não alfabetizados em Libras e os pacientes que têm a Libras como linguagem primária.
Segundo o diretor do Departamento de Atenção Especializada da Secretaria de Saúde, Walisson Medeiros, esse projeto, além de inclusivo, é pioneiro no Brasil, que busca posicionar Ipatinga como referência em saúde pública acessível para pessoas surdas. Além de proporcionar diagnósticos mais precisos, o projeto visa minimizar erros e condutas inadequadas durante o atendimento, promovendo uma abordagem humanizada para a acessibilidade dos surdos.
Walisson ressaltou que a pessoa surda possui identidade surda, convive com a comunidade, compartilha a cultura e não tem o português como linguagem primária. A Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) é a sua forma de interagir, o que dificulta a comunicação para as pessoas que não a dominam.
Nesse contexto, o projeto desenvolvido em Ipatinga visa atender às necessidades tecnológicas, porém de forma humanizada e precisa. Durante o atendimento, os profissionais terão a possibilidade de solicitar um intérprete por meio de videochamada, que fornecerá a tradução imediata, garantindo a privacidade, a ética e a profissionalidade necessárias para reduzir qualquer constrangimento tanto para o paciente quanto para o profissional.
De acordo com dados apurados em 2010 pelo IBGE, Ipatinga possuía 377 surdos, 2,3 mil pessoas com deficiência auditiva de grande dificuldade e 9,7 mil pessoas com deficiência auditiva de baixa dificuldade. Esses números evidenciam a necessidade de um projeto como o Sinais Vitais, que visa melhorar a qualidade de vida e o acesso à saúde para essa população.