Produção agropecuária deve alcançar valores recordes este ano

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) mineira deve alcançar R$ 131,1 bilhões em 2023. A projeção aponta para o crescimento de 0,2% em relação ao ano anterior e foi calculada a partir do acumulado nos meses de janeiro a março. O indicador é uma estimativa da geração de renda no meio rural, realizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e Conab (Companhia Nacional de Abastecimento)

Lavouras
As lavouras deverão representar 67,4% do faturamento do setor agropecuário mineiro e alcançar R$ 88,4 bilhões neste ano, com alta de 1,3%. O resultado positivo é puxado pelo crescimento do café (5,4%), da cana-de-açúcar (1,1%), da banana (17,9%), do feijão (24,7%), do tomate (4,8%), da laranja (17,3%), da mandioca (36,9%), do amendoim (44,5%), da uva (8,3%) e do arroz (3,7%). Juntos, esses produtos respondem por 61% do total das lavouras em Minas.

Café e Açúcar
Principal produto do segmento agrícola mineiro, o café tem o VBP estimado em R$ 30,5 bilhões, com crescimento de mais de 5% em relação ao ano anterior. A previsão é de que esta safra mineira de café alcance 27,5 milhões de sacas, cerca de 7,9% superior à última. Já a estimativa do VBP para a cana-de-açúcar é de R$ 12,3 bilhões, 1,1% superior à safra anterior. com a produção chegando ao volume aproximado de 75 milhões de toneladas.

Grãos
Em segundo lugar no segmento das lavouras, a soja deve alcançar VBP de R$ 20,8 bilhões, registrando queda de 5,5% em relação ao ano anterior.

Pecuária
O VBP do segmento pecuário deve alcançar R$ 42,7 bilhões, com queda de 1,9%. Destaque entre os produtos do segmento, o leite vai registrar R$ 17 bilhões, com crescimento de 1,4% em relação ao ano passado. Esse desempenho positivo se deve à elevação dos preços, em decorrência da menor captação e oferta de leite para o mercado.

O faturamento da carne bovina está estimado em R$ 13,1 bilhões neste ano, registrando retração de 8%, motivada pela baixa dos preços. No acumulado de janeiro a março, o valor médio ficou em R$ 285,52 a arroba, apresentando queda de 16,3% em relação ao mesmo período de 2022.

Com a retomada das exportações de carne bovina para a China, os preços apresentaram melhoras na segunda quinzena de março de 2023, mas, na média acumulada do mês, ainda há desvalorização se comparados a fevereiro deste ano.

A carne suína tem previsão de acréscimo de 7,2%, alcançando uma receita de R$ 3,9 bilhões. A exportação segue favorável em relação ao volume e preço. No período de janeiro a março, foram comercializadas 4,1 mil toneladas de carne suína no exterior, com alta de 5,3% em comparação ao primeiro trimestre do ano anterior. Já em relação ao valor, o aumento foi de 11,6%, registrando US$ 8,6 milhões nos três primeiros meses de 2023.

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O fim de uma era: Bretas encerra atividades no Vale do Aço

Neste domingo, 11 de maio, a rede de Supermercado Bretas, outrora dominante na região, encerrou oficialmente suas operações no Vale do Aço. As unidades de Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo serão assumidas pela rede de Supermercados BH, que inicia a administração já nesta segunda-feira, dia 12. A previsão é que as lojas reabram ao público na próxima quinta-feira, dia 15, já com nova identidade visual e mudanças operacionais que vêm sendo aguardadas com expectativa. No sábado, véspera do fechamento, a reportagem do Conex10 visitou duas das unidades da rede (Centro de Ipatinga e Caravelas) e o cenário era de tranquilidade, mas de clima total de fim de ciclo. Corredores quase vazios, poucos carrinhos sendo empurrados e um silêncio que contrastava com a movimentação típica de um final de semana. As prateleiras estavam abastecidas, mas clientes e funcionários em ritmo de despedida indicavam a conclusão de uma trajetória que marcou a história do comércio varejista da região por mais de três décadas. Funcionários ouvidos pela reportagem, que preferiram não se identificar, disseram que a maioria continuará empregada, agora sob a bandeira do BH. “A expectativa é boa. Sabemos que o BH está em expansão, e esperamos que venham novos tempos, com melhorias e mais estrutura”, disse um funcionário com anos de casa e que confirmou sua permanência neste primeiro momento. Outro acrescentou: “A gente sente um misto de tristeza mas de esperança. O Bretas foi importante, mas chegou a hora da virada.” Entre os clientes, muitos expressaram sentimentos nostálgicos. A dona de casa Maria Aparecida Nogueira, cliente fiel há mais de 20 anos, lamentou o fim. “Fiz minhas compras aqui por anos e anos. É triste ver tudo acabar assim.” Já o economista aposentado João Batista Oliveira lembrou que o setor supermercadista mudou muito nos últimos 15 anos. “Depois que deixou de ser dos donos, o serviço piorou, os preços subiram, e os concorrentes, alguns até menores e outros gigantes do setor, tomaram conta.” A estudante Larissa Abelardo comentou que, mesmo sentindo saudades, está curiosa para ver o que a nova rede trará. História de sucesso e ocaso comercial  Fundado no final dos anos 40 em Santa Maria do Itabira, o Bretas chegou ao Vale do Aço com sua primeira loja em Timóteo, em 1988, no bairro Centro-Norte (Acesita). Posteriormente, a empresa trouxe sua sede administrativa para a região, expandindo sua presença para até dez lojas nas três principais cidades. No entanto, com a chegada de novos concorrentes e mudanças na gestão, após a venda para o grupo chileno Cencosud, em 2010, o Bretas foi perdendo espaço e força e, pior que isso, não esboçou nenhuma reação no sentido de recuperar este lugar. O encerramento de suas atividades neste domingo sela a conclusão de uma trajetória, mas também marca o início de uma nova fase no varejo regional. O Bretas teve sua venda ao BH anunciada em 7 de fevereiro. No Vale do Aço, a noticia foi dada em primeira mão pela Rádio Jovem Pan. O acordo girou em torno de R$ 716 milhões, envolvendo as lojas localizadas em Minas. Apesar do valor expressivo, ele é 47% menor em relação ao que o Cencosud pagou em 2010, quando comprou o Bretas por R$ 1,35 bilhão. Apesar do valor menor, o novo controlador leva uma operação ligeiramente maior. Há 15 anos, eram 45 unidades em Minas Gerais, além de oito postos de combustíveis e um centro de distribuição, localizado em Contagem. Atualmente, integram a negociação 62 lojas em território mineiro, além dos mesmos oito postos e o centro de distribuição. O Cencosud seguirá operando o Bretas em Goiás, onde mantém 26 unidades. Quando foi vendido ao Cencosud, o Bretas era líder isolado em Minas Gerais no setor supermercadista e ocupava o 7º lugar no ranking da Abras. Nas mãos do gruo chileno,  além de crescer muito pouco organicamente, os chilenos viram os concorrentes ganharem terreno. Hoje, o BH tomou essa liderança, com grande folga, além de ocupar o 4º lugar nacionalmente. O Cencosud vem caindo no ranking ao longo dos últimos anos e, com esta venda, pode perder mais uma posição para outro mineiro: o Mart Minas.

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