Minas Gerais sempre esteve nas primeiras posições entre os estados produtores de café, desde que o produto ganhou espaço na economia nacional, ainda no Século 19. Nos últimos anos, além de manter essa posição praticamente intocável, Minas também foi ganhou espaço e projeção no segmento dos chamados cafés especiais, alcançando mercados de vários continentes.
De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), produtos que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis responderam por quase 20% do total exportado pelo Brasil entre janeiro e março deste ano, com o envio de 1,6 milhão de sacas ao exterior.
No ranking dos principais destinos, os Estados Unidos estão na dianteira, com a aquisição de 477,3 mil sacas, respondendo por 28,7% do total exportado. Na sequência, vêm Alemanha (14,7%), Bélgica (10,4%), Itália (5,2%) e Holanda (4,8%).
De acordo com a Organização Internacional do Café (OIC), o mercado de alta qualidade, no Brasil, atrai o público jovem, que vem aprendendo a valorizar o produto. A pesquisa mostra que os consumidores na faixa etária de 16 e 25 anos são os que mais se interessam pela bebida, sobretudo nas grandes cidades. Ainda de acordo com a pesquisa, o público consumidor está cada vez mais exigente. Pelo menos 44% estariam dispostos a pagar um valor superior por um café de excelente qualidade.
A produtora Carmem Lucia Chaves, com experiência de 17 anos à frente da cafeicultura nacional, fez uma avaliação positiva do cenário atual. “É o melhor momento que já vi até hoje. O Brasil virou a chave e descobriu que o setor nacional faz cafés maravilhosos. Além disso, o setor produtivo descobriu que o brasileiro tem interesse em consumir cafés de alta qualidade. O país é, hoje, um dos maiores mercados para cafés especiais, com crescimento que supera o de qualquer outro país”, afirmou.