Menos de 24 horas depois de sua posse, os primeiros reflexos do novo governo já se fizeram sentir no bolso nos brasileiros. Os preços da gasolina, do diesel e do botijão de gás tiveram altas entre 8 e 14 por cento, chegando a inacreditáveis R$ 8,39 no interior do Maranhão (gasolina), R$ 7,98 na Bahia (diesel) e, pasmem, R$ 160,00 no gás de cozinha no Mato Grosso. Os preços são os maiores, desde o início da pesquisa semanal feita pela ANP, em 2004. No Vale do Aço, a gasolina, que ontem custava R$ 4,73 a R$ 5,05, começou hoje a R$ 5,25 e R$ 6,26, ficando na média em R$ 5,60.
A medida joga por terra, pelo menos neste primeiro momento, a promessa de campanha o novo presidente, de “abrasileirar o preço dos combustíveis”. Em março, durante uma entrevista a uma emissora de rádio de Minas, o novo chefe do executivo nacional chegou a dizer que o preço então cobrado nas bombas era “uma demonstração inequívoca de irresponsabilidade,? prometendo, caso fosse eleito, apresentar uma solução para isso.
Um dos motivos da alta nos preços foi o fim das isenções dos impostos federais, feitas por Jair Bolsonaro, para driblar a alta da inflação e que terminaram no sábado 31. Lula e seu então futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegaram a pedir que o decreto não fosse renovado. Depois voltaram atrás e Lula assinou, logo depois de sua posse, a prorrogação da MP para estender a isenção de Pis/Cofins nos combustíveis por 60 dias. Mesmo assim, os preços subiram.