A Companhia Siderúrgica Nacional,CSN, cortou investimentos em mais de R$ 1 bilhão, este ano, por causa do momento econômico atual, já se preparando para um 2023 mais desafiador.
O que o mercado previa se confirmou. Tanto a CSN siderúrgica quanto a CSN Mineração divulgaram resultados menores no terceiro trimestre, diante do preço reduzido do minério de ferro no mercado internacional e da pressão sobre os custos de insumos.
Embora as duas empresas tenham mostrado uma retomada da capacidade produtiva no período, com aumento da atividade comercial e forte diluição de custos fixos e de produção, o minério mais barato que no terceiro trimestre de 2021 não permitiu um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) mais consistente de nenhuma das empresas.
Cortes
O momento é similar a março de 2020. “Tomamos medidas agressivas para preparar a companhia para épocas difíceis, para uma mudança grande de produção e consumo”, disse o empresário em teleconferência com analistas. “Estamos na mesma função. A companhia está sendo preparada para um mercado muito competitivo e diferente, porque os preços das matérias-primas em geral e o patamar da economia como um todo estão caindo”, completou, indicando que a redução de custos está no foco do grupo.
No terceiro trimestre, o aumento de custos de matérias-primas na produção de aço acabou prejudicando o desempenho consolidado da CSN – embora para o quarto trimestre, as perspectivas sejam positivas para esse negócio.
4º trimestre
A CSN prevê a manutenção da margem de lucro no quarto trimestre em relação ao terceiro, apoiada em reduções de custo como preços de matérias-primas. “Esperamos manter margens por meio de redução de custos. O mercado de placas está com bastante oportunidade”, declarou o diretor comercial da CSN, Luís Fernando Martinez.
Ele se referiu a oportunidades de aquisição de placas de aço semiacabadas para laminação. O chamado custo de placa, que foi de R$ 4.200 por tonelada no terceiro trimestre, “deve cair para R$ 3.600 a R$ 3.700 no quarto trimestre”, afirmou o executivo.
O diretor financeiro da CSN, Marcelo Cunha Ribeiro, afirmou que o custo de produção da companhia em setembro foi 8% menor do que a média do trimestre passado, “o que dá uma direção clara para o quarto trimestre”.
Benjamin Streinbuch, o “big boss” da companhia, já lidera os movimentos de austeridade e, nesse sentido, age com a visão de que a mudança de governo requer cautela e observação.