A tendência, segundo especialistas, é que os prazos oficiais sejam drasticamente reduzidos. Mas à principio, a tecnologia 5G, considerando apenas cidade por cidade, só deve chegar ao Leste de Minas à partir de julho de 2026. Nessa data, vence o prazo para a instalação do sistema nas localidades com mais de 200 mil habitantes. E até lá, tudo leva crer que apenas Ipatinga e Governador Valadares contam com tal população – hoje em 270 mil e 285 mil moradores. Em Fabriciano, Caratinga, Teófilo Otoni, Manhuaçu, Itabira, (com mais de 100 mil), a previsão de chegada é apenas em 2027 e Nanuque, Timóteo, Ponte Nova, João Monlevade, Santa Bárbara, Mariana, Ouro Preto em 2028.
Mas, se for considerada a região metropolitana, que hoje conta com 493 mil habitantes (dados de 2018), o prazo cai em um ano, pois certamente a RMVA (Região Metropolitana do Vale do Aço) terá passado dos 500 mil em 2025, data inicial para disponibilização do 5G nas cidades com esta quantidade de moradores. Todas as capitais devem ser atendidas com a tecnologia até julho de 2022 — o que não quer dizer que todos os bairros terão o sistema no primeiro momento.
Vale lembrar, ainda, que a tecnologia 5G estará disponível apenas em aparelhos compatíveis. Os modelos que ainda não têm essa opção continuarão a usar as redes anteriores e, até, o 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing — ou compartilhamento de espectro dinâmico), que utiliza os espectros do 3G e do 4G. O 5G DSS é mais fácil de instalar, já que basta uma atualização de software para alterar o suporte das antenas de rádio. A opção é mais rápida do que o 4G, o que torna mais viável seu uso em regiões em que a instalação dos receptores 5G não é possível. Mesmo assim, o 5G DSS deve ser prioridade apenas em situações pontuais, pois não oferece todas as possibilidades do 5G — que vão além da maior velocidade de navegação.
Um dos obstáculos para a oferta é a legislação relacionada à instalação de antenas. Os equipamentos são comparados com os de outras tecnologias, cuja instalação não é permitida em qualquer local. A diferença, ainda não considerada na lei, é que as antenas de 5G são muito menores. Até o momento, apenas 19 cidades brasileiras adequaram-se à legislação nacional, entre elas Brasília (DF), Londrina (PR), Petrópolis (RJ), Porto Alegre (RS), São Caetano do Sul (SP), Santa Rita do Sapucaí (MG). A falta de adequação pode fazer o 5G atrasar.
A previsão de oferta do 5G apenas em julho de 2022 considera, ainda, a necessidade de migração da TV aberta via satélite — as parabólicas. O serviço terá de ser acomodado em outro espectro, a banda Ku. Cerca de 6,5 milhões de casas têm apenas a antena parabólica para assistir à TV aberta, de acordo com levantamento ddo IBGE em 2017. As operadoras que vão atuar no espectro de 3,5 GHz terão de distribuir kits (com um receptor novo e uma antena parabólica) gratuitamente para as famílias de baixa renda, numa operação que deve custar cerca de R$ 2,5 bilhões.