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HEADER – DESTAQUES VALE DO AÇO – BNDF

Sem saída! Setor metalmecânico apreensivo com o isolamento logístico do Vale do Aço.

Peças e equipamentos estocados aguardando liberacao de rodovias para serem entregues a clientes.

As condições, cada vez mais, desafiadoras para o transporte de peças e equipamentos das empresas do setor metalmecanico do Vale do Aço tem tirado o sono dos executivos da área de logística. As carretas enormes e batedores que saem do vale do aço com peças de aços gigantes que são levadas por meio de nossas rodovias federais (e estaduais) sempre nos enchem de orgulho, apesar de gerar engarrafamentos e desvios dentro do perímetro urbano. Temos, inclusive, em Ipatinga, uma cena muito comum: o viaduto próximo as concessionárias de veículos tendo a parte superior removida para que peças colossais que necessitam desse movimento para que consigam seguir viagem. Mas essas cenas tem se tornado mais raras nos últimos meses.

Desafiador, imponderável…

: Leonardo Cardoso, Superintendente Industrial da Emalto

Essa semana, Negócios Já! esteve em numa grande indústria do setor, em Timóteo, conversando com Leonardo Cardoso, executivo responsável pela logística de entrega de toda a produção industrial. Ele ponderou que o desafio de se manter competitivo em relação as concorrentes de outras regiões e de até outros estados para garantir a entrega das peças e equipamentos aos clientes, ficou ainda maior. “Distâncias que, por veículos menores se percorre com 300km, como o caso de uma viagem até a cidade de Ouro Branco, na região central de minas, são necessários percorrer 1500km, em função das limitações naturais das rodovias que impõem desvios e caminhos alternativos”, compara o executivo.

Valendo-se da máxima que nada que não esteja tão ruim que não possa piorar, as chuvas de janeiro deixaram avarias significativas nas estradas, como o estufamento do asfalto da BR 381, próximo a Nova Era e as quedas de barrancos que ocorreram no início de fevereiro, na BR 262, próximo a Abre Campo, o que inviabilizou por algum tempo uma rota muito utilizada pelas indústrias e tornou o desafiador, imponderável.

Roda de caçamba para hidrogeração de energia entregue para mineradora em Carajás/PA.

As indústrias relatam que peças fabricadas se encontram estocadas e impossibilitadas de serem entregues aos seus destinos. Silos, Panelas, Cúpulas e tantas outras peças gigantes vão tomando espaço dentro do parque industrial e, pra piorar, gerando multas contratuais aplicadas pelos clientes em função do atraso das entregas.

Consequências para o fabricante, como a impossibilidade de acomodar matérias primas em seus pátios ou o aceite de novas encomendas, se repetem. Consequências para os clientes também, que passam a ter cronograma de produção atrasados por falta dos equipamentos, atrasos na produção, entre outras. O “jsut in time” é quase um mantra nesse tipo de fornecimento.

Daí, observa-se o efeito dominó que culmina, no médio e longo prazo, na perda de clientes e na necessidade de redução da mão de obra. Isso mesmo: desemprego!

Construção de alças

Uma outra preocupação dos executivos diz respeito a prometida alça rodoviária que ligará a BR 381 a BR 262. Ela poderá trazer um ganho logístico fantástico se, no seu projeto, considerar as necessidades de transporte dessas grandes peças e equipamentos. Menos viadutos, pistas mais largas e redução de curvas ajudaria e muito. É necessária uma mobilização urgente de nossas lideranças. É uma ação emergencial para proteger nossas industrias e, consequentemente, nossos empregos!

 

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