A cidade de Fabriciano começou esta semana o processo de discussão de um futuro plano de ação e combate ao trabalho infantil. A formatação do documento, que foi discutido em audiência pública na Câmara dos Vereadores, deve propõe medidas integradas de proteção social em curto, médio e longo prazos, visando a prevenção e erradicação do trabalho infantil.
O Plano de Enfrentamento e Combate ao Trabalho Infantil de Coronel Fabriciano vai considerar não só os problemas gerados pela pandemia, mas também dados históricos nacionais que colocam o Brasil numa posição incômoda. “Relatórios dos portais governamentais oficiais apontam pela primeira vez, em 20 anos, aumentou significativamente o número de crianças de 5 a 11 anos em situação de trabalho infantil. Ainda, devido aos impactos sociais e econômicos da pandemia, milhões de outras crianças correm o risco de ingressar nessa situação”, diz o documento.
Segundo a secretária de Assistência Social, Letícia Godinho, a tomada de medidas se faz urgente em virtude do aumento considerável de crianças e adolescentes sendo explorados nas ruas e em outros setores da sociedade. A relativização do problema é outro desafio das autoridades em tempos de pandemia com a volta do famoso jargão “Criança precisa trabalhar”, algo inaceitável atualmente.
De acordo com registros do CRAS, houve um aumento de 100% dos casos de trabalho de rua, envolvendo a venda de produtos e a permanência nos semáforos. Tudo isso leva a outras consequências como aumento da evasão escolar, possibilidades de aliciamento para o tráfico de drogas, perigos advindos da permanência nas ruas como o abuso sexual e danos diversos a saúde.