Um dos mais antigos e tradicionais hotéis de Ipatinga, que foi fechado há mais de uma década, reabriu esta semana suas portas. Mas, ao contrário de sua atividade original, o espaço do outrora Grande Hotel, no Castelo, agora vai abrir um museu, ou como foi batizado, o Centro de Memória Usiminas. Segundo o presidente da siderúrgica, Sérgio Leite, o centro cultural visa contar não só a história da indústria do aço e da empresa, como também a do município e toda a região do Vale do Aço. Além do acervo histórico, o local exibirá, também, importantes obras de alguns dos mais representativos nomes das artes moderna e contemporânea do país.
Para Sérgio Leite a inauguração tem um significado muito importante porque esta semana (dia 26), a empresa também celebra 59 anos. “[Estamos] Iniciando a celebração de seis décadas de operação, então esse Centro de Memória que estamos entregando para a Comunidade de Ipatinga e também do Vale do Aço, tem um significado muito importante, porque representa acima de tudo o nosso compromisso com a cidade e com as pessoas. Vamos contar a história da Usiminas, da industrialização e também da nossa região”, destacou. O prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes, lembrou que a Usiminas chegou antes mesmo da própria cidade, partindo dai a construção do município como potência econômica do Estado.
Presente na solenidade, o secretário de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, destacou a importância do equipamento cultural. “Quando a Usiminas se propõe a criar um Centro de Memória onde se valoriza a história do lugar, representa muito, sobretudo porque em Minas nós não temos uma pinacoteca e a Usiminas tem obras de arte riquíssimas de todo o território de Minas Gerais, colocar isso em Ipatinga é colocar Ipatinga também na centralidade da arte no Estado de Minas Gerais” afirmou ele.
Acervo
O acervo do Centro de Memória é composto por dois blocos: um digital que visa contar a história da operação da empresa, da população e também da industrialização; o outro bloco é uma exposição da coleção de arte da Usiminas reunida ao longo de todos esses anos e alguns itens foram usados como decoração na antiga sede da empresa na Pampulha, em Belo Horizonte. Segundo o presidente Sergio Leite, são mais de 320 peças catalogadas de grandes artistas como Tomie Ohtake e Bruno Giorgi.
Serviço
Funcionamento: quarta-feira a sábado
Horário: 10h às 18h
No domingo: 10h às 13h
Entrada: gratuita
História do Grande Hotel
Construido entre os anos de 1959 e 1961, seguindo o projeto do arquitero Raphael Hardy Filho, o Grande Hotel ez parte do primeiro plano urbanístico de Ipatinga, com a intenção de atender à demanda da instalação da Usiminas.
O espaço de alto padrão para a época, funciou ate meados dos anos 90, recepcionando autoridades brasileiras e internacionais, além de eventos da “alta sociedade” local. Foi tombado como patrimônio cultural municipal em março de 2000, porém a edificação continuou sem uso e em posse da Usiminas.
Em 2014, empresários propuseram transformar o antigo hotel em um centro de convenções, ocasião em que a Usiminas demonstrou interesse em vender o imóvel. As negociações entretando não seguiram em frente e em abril deste ano, a empresa anunciou que transformaria o local em um espaço cultural.