O governador Romeu Zema (Novo), falou na última quarta-feira (22) sobre a crise hídrica no Estado, que, segundo ele, pode se somar também a uma crise energética. Zema afirmou que a qualquer momento regiões de Minas podem ficar sem energia. Zema ainda falou que o problema não se resolve a curto prazo. “É um problema que deveria ter sido resolvido há 10, 15, 20 anos atrás”. O próprio governador, na mesma oportunidade, ponderou que os reservatórios das usinas de Belo Monte e Santo Antônio produzem apenas 3 a 4% da capacidade porque, quando foram construídos, não foi permitida a construção de um lago, razão pela qual temos termoelétricas altamente poluidoras, caras e que penalizam o consumidor. Para o governador, se tivesse essas duas grandes usinas produzindo a energia que elas produzem em época de rio cheio muito provavelmente os nossos reservatórios teriam sido poupados.
O que é preocupante é que nossa economia não apresentou planos ou propostas para lhe dar com as limitações de energia. As indústrias siderúrgicas de nossa região, hoje, possuem uma matriz energética menos dependente da energia gerada pelas hidrelétricas devido a implantação, em 2006, do gasoduto, mas mesmo assim podem ser afetadas.
Uma fonte muito importante do nosso empresariado local, Luciano Araújo, da Provest Indústria Textil, afirma que a previsão do PIB de 2,6% para 2022 já foi reduzida a 1,6%. “Esse ano, até o momento, a previsão do PIB, segundo a OCDE, passou de 3,7% para 5,2%. Contudo, faltando 03 meses, como alcançaremos essa previsão, caso realmente se concretize (o racionamento) ainda esse ano?”, indaga o executivo.
Comércio regional
Conversamos com o presidente da Aciapi, Luís Henrique Alves, sobre quais medidas a entidade já está tomando para enfrentar essa potencial crise energética, o mandatário explicou que aguarda o posicionamento de entidades em nível nacional, mas está agindo de forma a conscientizar os associados. “Vamos lançar uma campanha para conscientizar os associados quanto ao uso racional da energia em seus empreendimento nesse momento delicado de falta de chuvas e escassez de água nos reservatórios”, explica o presidente.
