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Prefeitura de Fabriciano denuncia Governo do Estado

A Prefeitura de Coronel Fabriciano, por meio da Secretaria de Governança Jurídica, acionou o Ministério Público para apurar uma grave denúncia de manipulação de dados epidemiológicos pelo Comitê Covid-19 do Estado. Na noite desta terça-feira, 20, o prefeito Dr. Marcos Vinicius, durante uma live em suas redes sociais, comprovou que “o comitê não dispõe de dados reais para alimentar os indicadores criados por eles mesmo”.

“Os números divulgados no Painel Covid-19 do Estado, que aponta a evolução semanal, na verdade não são números verdadeiros e não corresponde à semana epidemiológica de análise” afirmou o chefe do Executivo fabricianense respaldado por dados reais do município que já haviam sido enviados ao Estado, mas foram divulgados de forma equivocada, sem consistência e critérios científicos, no Painel Covid-19.

Um exemplo foi o que aconteceu entre os dias 04 e 10 de abril (Semana Epidemiológica 14). Segundo o prefeito, “de uma hora para outra, o Estado liberou para o município 1026 resultados de exames que estavam parado há 60 dias!”, o que gerou um aumento significativo no total de casos positivos na referida semana, o que não condiz com a realidade e sim exames que estavam na Funed a várias semanas e que o resultado só saiu agora

Dr. Marcos Vinicius questiona a forma de alimentação do sistema do Estado, que é usado como parâmetro para definir estratégias do governo do Estado, tal como a inclusão ou não de um município na Onda Roxa.

“O sistema que os municípios alimentam não é sistema específico para indicadores Minas consciente e sim um sistema genérico, em que não há campo para semana epidemiológica ou de metodologia do exame positivo. Problema é que o Comitê se vale desses números considerando-os que todos são do dia alimentado e que todos são de RT PCR. Em poucas palavras, produzem estatísticas falsas e realidades distintas da evolução da doença”, afirma Dr. Marcos Vinicius, que também é médico.

A representação foi protocolada pelo município na tarde desta terça-feira, 20, endereçada à promotora Vanessa Andrade Ferreira, da 3ª Promotoria da Comarca de Coronel Fabriciano. No pedido, o município anexou todos os seus dados epidemiológicos – semana a semana desde o início de 2021 – e notícias veiculadas pela imprensa regional que comprovam a manipulação de informações por parte do Estado.

“Só quero saber de onde tiraram este número? Quero entender como o Estado divulga 700 positivos em uma semana, se demora no mínimo 3 semanas para mandar o resultado? Se, por mês, envia apenas 120 testes RT-PCR para o município? A conta não fecha, não bate…”, questionou o prefeito Dr. Marcos Vinicius durante a live realizada na noite desta terça-feira, 20, em suas redes sociais, acompanhado dos secretários de Governança Jurídica, Denner Franco, e de Saúde, Ricardo Cacau.

“Esta é a maior fraude epidemiológica que presenciei em 20 anos de medicina. Acho que o governador também deve ter sido enganado, porque ele confiou no seu Comitê, nos técnicos que nomeou para enfrentar a pandemia. Fato é que quem cometeu esta fraude vai ter que se explicar, porque fez com intuito de prejudicar. E nós, em apenas 2 semanas de adesão (obrigatória) à ‘Onda Roxa’ já desmascaramos esta fraude e denunciamos”, completou Dr. Marcos Vinicius.

OCUPAÇÃO DE LEITOS

O município também identificou “falsificação” de informações relativas à taxa de ocupação de leitos hospitalares para Covid-19. Na Central de Regulação de Leitos do Estado, o Hospital Dr. José Maria Morais “aparecia” com taxa de ocupação de 100% no dia 14 de abril. Ou seja, não havia leitos SUS credenciados pelo Estado disponíveis no HJMM para receber e tratar pacientes de Covid-19 da microrregião de Saúde de Fabriciano, que abrange oito municípios. Naquele dia, as taxas reais de ocupação de leitos do HJMM eram de 92% para UTI e 40% para leitos de suporte ventilatório.

Ao identificar mais uma divergência entre os números divulgados pelo Estado e a realidade da cidade, a secretaria de Saúde de Fabriciano apurou que dos 35 leitos de suporte ventilatórios credenciados pelo Estado junto ao HJMM, no sistema constavam apenas 25 ou seja, 10 leitos “sumiram da Central de Regulação” e outros 10 leitos haviam sido bloqueados de forma arbitrária, sem qualquer comunicação prévia ao município.

“Deixaram o município com apenas 15 leitos SUS no sistema – e todos ocupados – para Fabriciano permanecer na onda Roxa, pois um dos indicadores é o número de leitos hospitalares disponíveis. O prejuízo não é para o prefeito, é para a sociedade e num momento de pandemia. Quem fez, fez de má fé e precisa ser punido”, finalizou.

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