Empresários de Coronel Fabriciano incrementam ações para enfrentamento de períodos com restrições de atendimento.
Empresários de Coronel Fabriciano criaram grupos de whatsapp para interagirem e discutirem ações para o enfrentamento dos desafios impostos pelo período de “Onda Roxa” no Vale do Aço, principalmente em função do efeito surpresa, dado a súbita inclusão do município na última quarta-feira (24) por meio de Ação Cívil pública do governo do Estado de Minas Gerais que impôs ao município acatar a determinação do programa “Minas Consciente”.
A discussão, que inicialmente se propôs ao receber o decreto na semana passada de realizar protestos, foi substituída pela busca por ações coletivas que pudessem, objetivamente, proporcionar a diminuição dos efeitos no faturamento das empresas durante o período de restrições no atendimento.
Flávia Fontanela Andrade, proprietária da “Confeitos”, uma pequena confeitaria no centro de Coronel Fabriciano conta que apesar de ter aberto a loja em meio à pandemia (dezembro de 2020), havia a expectativa de que tudo melhorasse. “Com o anúncio da vacina e o retorno das aulas presenciais esperava que tudo voltasse normal, que não piorasse. Buscamos como saída, intensificar as vendas no delivery e tudo. Contudo, quando foi anunciada a onda roxa pelo governo de Minas, mesmo Coronel Fabriciano não tendo aderido inicialmente, a gente começou a sentir um impacto muito forte com redução de vendas e circulação de clientes”, explica a empresária.
Para Pablo Oliveira Torres, proprietário de uma escola profissionalizante na Pedro Nolasco no centro de Fabriciano, com 7 empregados, o investimento de quase 300 mil reais no negócio foi dentro da pandemia (aberta há 03 meses). “Estamos tendo aulas presenciais, mas com muita dificuldade por causa do distanciamento – Uma sala que comporta 20 alunos, está com apenas 8. Mesmo assim, com toda dificuldade que estamos passando, ainda implantei um projeto educacional para moradores da nossa cidade, que se chama Avança Fabri, abrindo 25 vagas de cursos gratuitos e remunerados”, explica Torres.
Reviravoltas
Já na tarde da última quinta-feira(25), Em decisão assinada pelo desembargador Belizário de Lacerda, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais concedeu na tarde uma liminar ao município de Coronel Fabriciano, suspendendo os efeitos da decisão do juiz Mauro Lucas da Silva, da comarca local, que determinou a adesão da cidade à Onda Roxa do Programa Minas Consciente.
No arrazoado de 7 páginas, o magistrado descreve o porquê de sua decisão, até o julgamento do mérito da questão. Com isso, a partir da sexta-feira (26, todo o comércio de Fabriciano pode retomar o funcionamento normal. Serviços essenciais e “não essenciais” estão autorizados a cumprir o expediente regular, sempre observando as medidas de saúde e segurança contra o coronavírus.
Já no Sábado, o desembargador reveu sua decisão e deu liminar obrigando Coronel Fabriciano a aderir a Onda Roxa. A pá de cal foi na segunda-feira, no início da semana, a manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal, STF, Luiz Fux, manifestando pela obrigatoriedade do cumprimento das determinações da onda roxa pelo município.
Ações
Já nas primeiras horas após a decisão da adesão do município à Onda Roxa, por meio Ação civil pública impetrada pelo governo do estado, surgiu a proposta de se promover “vendas cruzadas”, estratégia de apresentar produtos e ou serviços entre os próprios empresários do grupo.
Está no radar, mesmo se a liminar não for cassada e o município permanecer com o comércio de produtos e serviços não essenciais abertos, a promoção de ações de vendas, de forma coletiva, tanto presencialmente (se possível) e, até por meio de uma loja virtual. É a máxima “do limão fazer uma limonada” ou de transformar uma crise em oportunidade.