O Brasil está muito perto de ter a sua própria vacina contra a COVID-19. E, se tudo correr dentro do planejado e houver os investimentos necessários, ela vai sair de Minas Gerais. O Centro de Tecnologia em Vacinas (CT-Vacinas) da UFMG está desenvolvendo um imunizante próprio e uma parceria recente firmada entre a Universidade, o Governo de Minas e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) pode fazer com que esse projeto seja viabilizado para 2022.
Os testes em camundongos já foram realizados, com resultados satisfatórios. Agora, o CT-Vacinas se prepara para lançar os estudos clínicos nos moldes da ANVISA e, posteriormente, começar os testes em humanos. A expectativa dos profissionais envolvidos é que a última fase de testes seja iniciada ainda este ano.
A professora Ana Paula Fernandes, uma das coordenadoras do CT-Vacinas, informou, em entrevista ao jornal O Tempo, que, diferentemente do Instituto Butantan ou da Biomanguinhos, que estão trazendo tecnologia de fora e produzindo no Brasil, o CT-Vacinas da UFMG está construindo um processo do início ao fim. Além disso, apesar de necessitar de um investimento na casa dos R$ 100 milhões para o andamento dos testes em humanos, esse valor ainda é baixo, quando comparado com o que precisa ser investido para trazer tecnologias de fora do país.
A tecnologia da vacina em desenvolvimento pelo CT-Vacinas da UFMG adota é semelhante à da Universidade de Oxford, que trabalha com vetores virais que não causam doença em seres humanos, mas estimulam a produção de anticorpos e células de defesa.