Se já não bastasse os problemas causados pelo coronavírus, um velho e conhecido fantasma ainda assombra a cidade: a dengue, cujos casos continuaram em alta em 2020, provocados pela proliferação dos focos do mosquito Aedes Aegypti. Segundo o Levantamento Rápido de Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), realizado a partir do último dia 7 pelo Centro de Controle de Zoonoses, os dados são alarmantes. Em alguns bairros a infestação chega a 9,1% e a média, em toda a cidade, é de 4,9%, sendo que o máximo preconizado pelo Ministério da Saúde está entre 1 % e 3,9%. Qualquer valor acima desse percentual já sinaliza uma situação de risco para um surto. Em 2020, o município realizou apenas um levantamento, no início do ano, que apontou infestação larvária de 5,3%, já dentro do patamar de alto risco.
O último levantamento mostra que 34% dos criadouros predominantes estão em vasos, pratos e bebedouros; 21,6% se encontram em garrafas, latas; 19,2% em depósitos no nível do solo (barril, tina, tambor, tanque, poço) e 12,4% em pneus e outros materiais rodantes.
Os bairros onde a situação é mais grave são: Esperança e Ideal – 9,1%; Veneza e Vila Celeste – 7,8% e 7,1%, respectivamente; Limoeiro, Chácaras Madalena, Córrego Novo, Chácaras Oliveira e Barra Alegre – 6,6%; Canaã – 5,2%, e Cidade Nobre e Iguaçu – 4,6%. Os índices estão mais controlados nas seguintes localidades: Imbaúbas, Bom Retiro, Bela Vista, Das Águas, Cariru, Castelo, Vila Ipanema, Centro, Novo Cruzeiro e Parque Ipanema – 1,2%; Bom Jardim, Ferroviários, Horto e Industrial – 1,3%.
Ainda de acordo com a apuração, de cada cinco criadouros do mosquito, quatro estão dentro dos domicílios. Isto significa que, uma vez mais, a população precisa colaborar efetivamente com o poder público para que os riscos de agravamento da infestação sejam contornados. A principal medida para conter o avanço da doença é garantir o acesso aos ACEs às residências, em seu trabalho diário de vistoria, aplicação de larvicidas e inseticidas, assim como a verificação constante dos locais que possam acumular água, como vasos de plantas e outros.
“Estamos tomando todas as providências técnicas e operacionais para que os números sejam freados e reduzidos. Mas, uma vez mais, o apoio da população é fundamental. A própria comunidade pode ajudar muito com providências simples nas casas. Temos que nos lembrar de que a rede de saúde já está sobrecarregada pelos casos de Covid, e o agravamento da dengue pode impor desafios ainda maiores para a nossa rede de assistência médico-ambulatorial”, disse o prefeito Gustavo Nunes.