Niterói – RJ 4/9/2020 –
Durante esses últimos meses, vários pesquisadores vêm desenvolvendo tecidos capazes de inativar a quantidade de SARS CoV-2, vírus causador da Covid-19, em superfícies. Recentemente, um estudo brasileiro ganhou destaque por causa de sua eficácia ao produzir um tipo de tecido à base de poliéster, algodão e duas partículas de prata no qual o novo coronavírus não sobrevive. A composição do tecido foi analisada por diversos institutos científicos e inativou 99,9% do SARS-CoV-2 em sua superfície.
O dr. Paulo Furtado, infectologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), explica que o tecido poderá impedir a contaminação de máscaras, aventais e lençóis de hospitais, por exemplo, se utilizado para esse fim, mas não impedirá a infecção das mãos que tocarem outras superfícies que poderão estar infectadas. O médico afirma ainda que a aplicabilidade do produto pode ser muito cara por causa da utilização de partículas de prata, o que acarretaria um preço elevado para produção e comercialização.
Outro tipo de pano vem sendo estudado por pesquisadores da UFRJ, da PUC-Rio e do Inmetro: um tecido hidrofóbico composto por nanopartículas que atuam como um filtro para inativar elementos virais respiratórios, entre eles o novo coronavírus. A proposta é disponibilizar essa tecnologia gratuitamente para que seja produzida em escala industrial com um custo-benefício acessível à sociedade, caso o resultado da análise seja positivo.
Para o infectologista do CHN, os tecidos podem auxiliar a frear a propagação da Covid-19, mas não previnem, de forma definitiva, sua contaminação. “O vírus pode ficar durante horas em qualquer superfície, inclusive em tecidos. Por isso, a principal forma de prevenção ainda é manter o uso da máscara e a higienização das mãos com água e sabão ou, quando não for possível, com álcool gel”, reforça Paulo Furtado.