Niterói, Rio de Janeiro 16/9/2020 –
Em recente publicação da revista britânica Lancet, baseada em dados de sua Comissão de Oncologia, foi feita uma estimativa para o ano de 2020 de 413 mil novos casos de Câncer Infantil em todo mundo. No entanto, mais alarmante que o número absoluto, é a perspectiva de que em torno de 35% destas crianças não terão a oportunidade de serem diagnosticadas.
Segundo a dra. Giovanna Chinelli, coordenadora do Serviço de Oncologia Pediátrica do CHN, ao longo das últimas três décadas, o panorama de sobrevivência ao câncer na faixa etária pediátrica apresentou enormes avanços relacionados, principalmente em relação às novas tecnologias de precisão diagnóstica e terapêutica. Para nossa alegria, o paciente infantojuvenil, que está na faixa etária entre 0 e 19 anos sob suspeita de uma doença oncológica, quando precocemente identificado e direcionado a centros de tratamento com equipe especializada, podem atingir expectativas de até 80% de sucesso no tratamento.
“Muito embora convivamos com este cenário otimista, essa ainda é uma realidade restrita aos grandes centros de nosso país e aos números gerais dos países de alta renda. Disparidades brutais se apresentam quando comparamos os números estimados para os países de baixa e média renda que chegam a apresentar percentuais abaixo de 10% de boas respostas.”
Neste contexto divergente de oportunidades de acesso a cuidados em saúde, em 2017 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), publicado pelas Nações Unidas, trouxeram em uma de suas metas a seguinte colocação: até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis (doenças do aparelho circulatório, tumores malignos, diabetes mellitus e doenças crônicas respiratórias) via prevenção e tratamento e promover a saúde mental e o bem-estar. A redução de mortalidade por câncer entra para as agendas de políticas públicas proporcionando no ano seguinte o primeiro grande passo para o início de ações globais para o Câncer Infantil.
Principais sintomas de câncer infantil
– Febre persistente;
– Perda de peso;
– Vômitos e/ou dores de cabeça reincidentes;
– Palidez ou falta de energia;
– Dor localizada sem motivo aparente;
– Surgimento de nódulos ou caroços;
– Aumento do volume abdominal;
– Sinais de puberdade fora da faixa etária.
Em setembro de 2018 a Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou a Iniciativa Global para Câncer Infantil baseada em dois pilares: expandir as capacidades de fornecer melhores práticas no atendimento em prol de diagnósticos mais precoces destas crianças e ampliar a priorização do Câncer Infantil nas políticas de saúde através da conscientização em nível global.
Segundo a médica, na prática, esta iniciativa vai além da função de convidar, ela tramita no teor da convocação para que a sociedade civil, associações profissionais e organizações acadêmicas se empenhem na disseminação da informação sobre o Câncer infantojuvenil capazes de fomentar iniciativas coletivas, propósito da Campanha Setembro Dourado.