Profissional que trabalhou entre 2009 e 2015 no projeto de construção da linha de galvanização em Ipatinga propõe equipamento de ventilação mecânica com khow-how e peças nacionais.
A Insuficiência de equipamentos de ventilação mecânica já observada antes que a pandemia alcançasse o país, fez com que o engenheiro de processos Alfredo Nicolete, de Santo André/SP, cuja atuação principal é como consultor em Siderurgia Laminadores, Aciaria e Lingotamento, com passagens em empresas da nossa região,focou todas as suas energias para o momento ímpar que a humanidade e, especialmente, o serviço público de saúde brasileiro iria enfrentar. Observando o quadro, as estatísticas e as ocorrências na Ásia, Europa e demais partes do mundo, tomou a decisão de projetar um equipamento capaz de atender 5 pessoas simultaneamente.
Passando pelas fases de Pesquisa, Cálculos, Projeto, especificações técnicas de materiais, compra de componentes, usinagem, elaboração do protótipo, automação e elétrica foram gastos 5 meses de trabalho (algo em torno de 18 horas/dias de trabalho (precisamente, 2650 horas).
Esse equipamento, apesar de auxiliar, não substitui um equipamento instalado em uma UTI, por não possuir aparatos tecnológicos suficientes de monitoramento, mas pode ser implementado em cidades menores com hospitais pouco aparelhados. É um equipamento robusto, dotado com eletrônica, automação, circuito elétrico que detecta falha do equipamento, permite regulagem das saídas. Segundo o inventor, ele é seguro. “O equipamento muito embora robusto, após instalado, salva vidas “é melhor tê-lo, do que deixar por morrer ou escolher quem deve permanecer. Para tanto, deve ser utilizado antes do paciente ter que estar em uma UTI” observa.
Atuação do equipamento em procedimentos invasivos ou extracorpóreos.
O equipamento atende às necessidades de procedimentos de ventilação invasiva, uma vez que surge a necessidade em se manter a vida e dotar do suporte necessário para os pacientes com Insuficiência Respiratória Aguda (IRA). Portanto, segundo o inventor, deve ser utilizado quando não é possível obter ventilação suficiente por meio de métodos não invasivos.O ar é liberado através de um tubo inserido na traqueia por intubação ou traqueostomia. “É a esse fim que o equipamento atende” proclama Nicolete.
Como funciona
O funcionamento parte da utilização de ar comprimido e o Oxigênio provenientes da linha ou Skids com garrafas devidamente instrumentadas. Os gases são conectados ao equipamento por meio de mangueiras. São filtrados e as respectivas pressões reguladas, individualmente, cada qual com o seu respectivo filtro regulador. Após mistura (Oxigênio + Ar comprimido) novamente regulado e não filtrado, válvulas são comutadas e direcionam o fluxo do gás para as respectivas saídas onde encontramos as válvulas de impacto e nestas, fixados os respectivos fluxômetros, nos quais, serão conectados os conjuntos micronebulizadores.
O equipamento oferece a opção de escolha do gás ideal para cada paciente, sendo esta, uma opção do corpo Clínico. Para essa escolha basta posicionar a alavanca para cima (Oxigênio) ou para baixo (Ar comprimido). Com manobra simples de alavanca, os comandos elétricos entendem a situação, o spool é comutado, libera-se o Oxigênio ou Ar comprimido ou a mistura (Oxigênio + Ar comprimido) ou Hélio em substituição ao Ar comprimido, nesse caso, uma mistura (Oxigênio + Hélio = HELIOX). Para cada situação apresentada, lâmpadas led se acenderão no painel indicando qual presença de gás está na respectiva saída de cada fluxômetro.
Neste mesmo equipamento, há uma linha para intubação com qualquer um dos gases acima descritos. Há a versatilidade de se atuar com linhas somente para intubação se assim preferir, ou, da forma como se apresenta. Segundo o próprio inventor, não é um equipamento simples, quando visto internamente, mas é seguro, mas com aspectos externos bem simples.
Por fim, há sinalizadores de fluxo de entrada de gases, sensor de abertura da tampa principal, sinalizadores de falha de fonte e temporizadores eletrônicos quando usado como respirador.
Baixo preço e capacidade de escala
O preço é relativamente baixo, quando comparado com as cifras dos equipamentos tradicionalmente importados pelos hospitais. “Em relação às especificações técnicas, me preocupei em utilizar somente componentes genuinamente nacionais e de fabricantes de procedência, observei que no pós-venda, é necessário nos preocupar com o spare parts (sobressalentes)” justifica Nicollete. “A manutenção é fácil! Os componentes internos podem operar continuamente por um período de, no mínimo 8 meses. Após este período, deverá ser avaliado o equipamento para a substituição do elemento filtrante de cada gás, ou algum outro componente que se fizer necessário. Todos componentes, em caso de substituição, são facilmente encontrados no âmbito Nacional (ou substituídos pois são intercambiáveis)” justifica o inventor. Ao adquirir o equipamento, uma caixa com os “spare parts” (sobressalentes) acompanha.
Homologação pendente na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa
O equipamento está com seu processo de requerimento de Propriedade Intelectual (patente)junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI, em fase de finalização. Encontra-se protocolado (Patente + Registro da Marca) pertencente a classe 10. A saber, foram elaborados pelo PMP (Portal de Marcas & Patentes): Termo de Sigilo/Termo de Compromisso, Termo de Serviço e Procuração todos devidamente assinados (Contratante e Contratado). O equipamento pertence a Classe 10 e, posteriormente seguirá para registro, a documentação necessária através dos trâmites normais e legais. Por fim,a documentação será encaminhada para aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa.
Busca de empresas para fabricação em escala industrial
Testes foram realizados e parcerias são aguardadas para que se façam em pacientes. Essa é uma condição prerrogativa para atrair interessados.