São Paulo, SP 27/8/2020 –
Diretores de grandes companhias participaram de encontro promovido pelo Comitê de CFOs do WTC São Paulo Business Club
O isolamento social, imposto pela pandemia de Covid-19, teve impacto direto e imediato nas finanças, alterando a rotina e fluxo de caixa das empresas. Esse novo cenário impõe novos desafios para os líderes da área e seus times. Nesse contexto, o Comitê Executivo de CFOs do WTC São Paulo Business Club reuniu, durante o webinar “As prioridades e ações frente aos negócios”, executivos de grandes empresas para trocar experiências e debater as perspectivas para a gestão financeira diante do novo cenário.
Para compor o painel de conteúdo, o encontro teve a presença do gerente financeiro da Mercadocar, Alessandro Pretel Durães, do diretor financeiro da BIC, André Paes, e do vice-presidente de finanças da editora internacional Cengage, Tercio Garcia. A conversa foi mediada pelo vice-presidente de Marketing do WTC, Alexandre Palmieri, e contou com a participação do presidente do Conselho Executivo de CFOs, Paulo Nunes.
Segundo o diretor financeiro da BIC, André Paes, a retomada econômica não será um gráfico linear e as empresas terão de se adaptar, construindo uma estratégia para cada momento. “Inicialmente, todos os diretores da BIC se reuniam diariamente para planejar o que iríamos fazer hoje e amanhã, entendendo o ontem. Nós passamos a trabalhar com a ideia de que o longo prazo agora é o amanhã”, contou. “Fizemos imediatamente muitos acordos com nossos principais clientes, conversamos com fornecedores para prorrogar prazos e trabalhamos para entender quem concorre pelo caixa de cada um dos nossos clientes”, relatou.
Para ele, o foco no caixa e a criatividade para encontrar novas oportunidades são o caminho para minimizar os impactos da crise. “O protagonismo e a proatividade da área de finanças estão sendo cada vez mais requisitados, principalmente, nesse pilar importante que é a proteção de caixa. Mas não podemos deixar de lado a inovação; cabe à área de finanças conduzir o negócio nessa direção, com informações confiáveis e sugestões de ações”, destacou.
O investimento em inovação foi o que possibilitou a Mercadocar, empresa referência em acessórios e peças automotivas, continuar suas operações. Segundo Alessandro Pretel Durães, gerente financeiro da empresa, observar o comportamento do consumidor foi fundamental para alinhar as ações e trazer resultados positivos neste período delicado. “Nós percebemos que as pessoas estavam aproveitando esse período de home office para dar manutenção no carro. Com as nossas lojas fechadas, tivemos que nos adaptar e, em três dias, criamos um drive-thru de autopeças, seguindo todas as orientações de higiene e segurança”, revelou.
“Uma vez reconhecida a realidade, nós temos que liderar. Não há outra forma de fazer isso que não seja sendo transparente, assertivo, com confiança, clareza e proximidade com as pessoas.” Esse é o conselho que o vice-presidente de finanças da editora internacional Cengage, Tercio Garcia, deu sobre como se posicionar nesse momento de crise. “Temos que procurar nesse momento de dificuldade e incertezas ter um caminho, uma estratégia sobre como levar as nossas organizações a saírem dessa situação de forma sólida e preparadas para o futuro, qualquer que seja ele”, afirmou.
Ele destacou a importância de uma cultura organizacional sólida e bem definida. “É preciso mostrar para os funcionários que isso não é apenas um slogan ou simplesmente o que era necessário para a empresa naquele momento, mas ter esses valores como uma realidade, aquilo que a empresa já vivia em termos de cultura”, avalia. “Foi isso que nos permitiu, ao implementar decisões muito difíceis, entre elas a redução temporária de salários, que as nossas ações fossem bem recebidas, no sentido de que foram muito bem comunicadas, com muita clareza e que todos sentiram o verdadeiro significado de estarmos juntos nessa”, complementou.
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