Anvisa aprovou aplicativos do Apple Watch para realizar ECG e para detectar ritmo cardíaco irregular (fibrilação atrial) no Brasil
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou dois aplicativos do Apple Watch para realizar eletrocardiograma (ECG) e para detectar ritmo cardíaco irregular, sinal de um tipo de arritmia chamado fibrilação atrial. A Apple precisa de autorização em cada país para liberar esses recursos.
A autorização da Anvisa foi publicada no Diário Oficial da União em nome da Emergo Brazil Import, empresa de importação e distribuição de produtos médicos, que está representando a Apple. Segundo o MacMagazine, a solicitação foi feita em 4 de maio de 2020.
O recurso de eletrocardiograma está disponível no Apple Watch Series 4 e Series 5, mas o software ainda não foi liberado no Brasil; isso deve ser questão de tempo e talvez exija uma atualização do sistema watchOS.
Publicitário recebeu e-mail do CEO da Apple, Tim Cook
O publicitário Jorge Freire contou em um post no Facebook que o alerta do Apple Watch 5 foi crucial para que ele procurasse uma emergência e evitasse complicações de saúde. A publicação viralizou na internet: já teve mais de 2,1 mil reações, 1,1 mil comentários e quase 950 compartilhamentos.
A mensagem do relógio inteligente dizia que o coração de Jorge estava com 140 batimentos por minuto (BPM) por mais de 10 minutos. Após o susto, o proprietário do blog Nerd Pai agradeceu aos médicos por terem conseguido administrar o quadro dele a tempo e à Apple pelo alerta. O ocorrido repercutiu até na presidência da Apple e o CEO, Tim Cook, enviou um e-mail ao brasileiro.
No depoimento, Jorge Freire explica que recebeu o alerta quando voltava de São Paulo e ficou surpreso quando observou que o relógio marcava 170 BPM. O publicitário ainda revela que estava apenas andando e que não acreditava que esse fosse o motivo das batidas aceleradas. Ao chegar em casa, aferiu os batimentos por 30 minutos e o Apple Watch ficou estável em 160 BPM. Foi então que ele percebeu que a situação poderia ser grave.
O publicitário também narra que foi a um pronto-socorro, onde mostrou o relógio inteligente. Logo em seguida, foi encaminhado para o atendimento devido à pressão alta, e foi confirmado o quadro de taquicardia. “O médico controlou os batimentos cardíacos através de remédio e desde esse dia estou bem. Agora farei uma bateria de exames para checar o que pode ter ocorrido. Para os médicos, juntou excessos do fim de ano, stress, ansiedade e a minha burrice de não tomar corretamente meu remédio de pressão”, escreveu na postagem.
“Posso dizer que o Apple Watch 5 me salvou. Não estava sentindo nada e poderia ter ficado com essa taquicardia por horas. E o resultado disso, bem, você já sabe…”, concluiu o publicitário.
O caso chamou atenção do diretor-executivo da gigante da tecnologia, que mandou uma mensagem para Jorge. Tim Cook escreveu um e-mail mostrando-se feliz pela recuperação e agradeceu o depoimento. “Jorge, feliz Ano Novo! Estou contente por você estar bem agora. Obrigado por compartilhar sua história conosco – isso nos inspira a continuar avançando. Atenciosamente, Tim”, respondeu o CEO.
Como usar o app de ECG no Apple Watch
Para fazer o ECG, o usuário deverá abrir o app correspondente no relógio, colocar o dedo indicador na coroa digita (botão giratório) e esperar 30 segundos. O dispositivo vai medir os impulsos elétricos do seu coração e alertar sobre alguma possível irregularidade.
Há também o Recurso de Notificação de Ritmo Irregular (RNRI), que analisa dados da frequência cardíaca para identificar sinais de fibrilação atrial, principal causa de acidente vascular cerebral (AVC).
Em comunicado, a Anvisa coloca algumas ressalvas sobre o uso do ECG: os dados servem apenas para uso informativo, não para uso clínico, e não substituem os métodos tradicionais de diagnóstico.
Além disso, vale notar que o Apple Watch consegue detectar apenas o ritmo normal de batimento do coração e a fibrilação atrial; ele não é capaz de identificar outros tipos de arritmia, nem alerta sobre ataques cardíacos.
O Apple Watch consegue fazer ECG atualmente em 35 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Índia e membros da União Europeia. O recurso passou a funcionar nos EUA no final de 2018 após liberação da FDA, equivalente americana à Anvisa.
Fonte: TecnoBlog e TechTudo