Estamos em janeiro, época de férias e um bom momento para se visitar os parques de Minas Gerais, que oferecem diversas atrações para os amantes da natureza. Além dos parques, outra opções interessantes são os monumentos naturais e reservas ambientais espalhadas por todo o estado, começando aqui pela região Leste, onde você encontra uma das mais bem estruturadas unidades de conservação de Minas Gerais, o Parque Estadual do Rio Doce, que se destaca por abrigar a maior área de Mata Atlântica contínua do estado. A área também possui 42 lagoas naturais, e a mais famosa, Lagoa Dom Helvécio, também conhecida como Lagoa do Bispo. Uma das atrações no parque é o safári noturno para observação do jacaré-de-papo-amarelo, de mamíferos de grande porte e de onças. Também são realizadas atividades de observação de aves, do pôr do sol no mirante e visitas ao viveiro de mudas.
Outra unidade de conservação bem acessível é o Parque Estadual do Biribiri, em Diamantina, onde estão localizadas as cachoeiras da Sentinela e a dos Cristais. O local possui mirantes, como o da Cruzinha e o do Guinda, ambos de fácil acesso. Outra atração é uma passagem construída no século XVIII para possibilitar o escoamento da produção de diamantes da região, chamada Caminho dos Escravos. Ele tem início no centro de Diamantina e termina no distrito de Mendanha, com extensão total de 20 quilômetros.
Na Zona da Mata, o Parque Estadual do Ibitipoca foi considerado por usuários do site de viagens TripAdvisor o terceiro melhor da América Latina, em função de sua estruturação e atrativos. É dividido em quatro circuitos: das Águas, do Pião, Janela do Céu e Alto das Águas. O Circuito das Águas inclui a Prainha, a Ponte de Pedra e a Cachoeira dos Macacos. O Circuito do Pião é mais longo, com muitas subidas, e pode ser visitado juntamente com o da Janela do Céu. Já o Alto das Águas foi recentemente aberto à visitação e inclui as cachoeiras do Encanto e da Pedra Furada.
Já o Parque Estadual do Itacolomi é um dos atrativos mais buscados em Ouro Preto e Mariana. A trilha que leva ao pico que dá nome à unidade de conservação é seu atrativo mais famoso. Com 1.772 metros de altitude, do cume tem-se uma vista de 360º de toda a região. A trilha possui extensão de seis quilômetros a partir do Centro de Visitantes e o tempo aproximado do percurso é de quatro horas.
Espinhaço
A Serra do Espinhaço abriga unidades de conservação estaduais que oferecem inúmeras atrações, entre elas a travessia entre os Parques Estaduais do Rio Preto e do Pico do Itambé, com 67 quilômetros de extensão. O percurso é feito em áreas com altitudes superiores a 1 mil metros e, durante a caminhada, é possível observar o pico Dois Irmãos, com 1.836 metros, e o pico do Itambé, com 2.202 metros. No caminho também está a Cachoeira da Cortina.
O Parque Estadual do Rio Preto, em São Gonçalo do Rio Preto, oferece diversos roteiros, como a Trilha do Cerrado que permite a visualização e convivência com o bioma e sua fauna. A unidade de conservação é famosa por suas cachoeiras como a do Crioulo e da Sempre-Viva. Já o Parque Estadual do Pico do Itambé, localizado nas cidades de Santo Antônio do Itambé, Serro e Serra Azul de Minas, necessita agendamento prévio para visitação. Entre os atrativos estão as cachoeiras da Fumaça, e do Rio Vermelho.
Outra reserva ambiental importante na Serra do Espinhaço é o Parque Estadual da Serra do Intendente. Nele está localizada a Cachoeira do Tabuleiro, com 273 metros de altitude. Outras atrações são o cânion do Peixe Tolo e a Cachoeira Rabo de Cavalo. Atividades como escalada e canionismo são permitidas com autorização prévia da gerência da unidade de conservação.
Em Ipoema, distrito do município de Itabira, o Parque Estadual Mata do Limoeiro abriga as Cachoeiras do Derrubado e do Paredão. A primeira tem uma queda de mais de 40 metros. Na unidade de conservação também é possível a prática de ciclismo.
Rota Lund
As unidades de conservação que integram a Rota Lund se destacam pela facilidade de acesso para quem está em Belo Horizonte. O Parque Estadual do Sumidouro e os monumentos naturais Gruta Rei do Mato e Peter Lund abrigam valiosos patrimônios históricos e naturais.
A Gruta do Maquiné, localizada em Cordisburgo, foi descoberta em 1825. É o berço da paleontologia brasileira e foi explorada cientificamente, em 1834, pelo naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund. Tem sete salões que totalizam 650 metros lineares e desnível de apenas 18 metros. Sua iluminação e passarelas possibilitam aos visitantes vislumbrar com segurança as belezas do local.
Já a Gruta Rei do Mato, localizada em Sete Lagoas, possui 998 metros de extensão, dos quais 220 metros estão abertos à visitação. É considerada uma das 50 maiores cavernas de Minas Gerais pela Sociedade Brasileira de Espeleologia e uma das mais visitadas do estado e também do Brasil. A gruta tem 220 metros de caminhada e cerca de 65 metros de profundidade. Anualmente, cerca de 22 mil pessoas passam pelo local.
Em Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, o Parque Estadual do Sumidouro tem, entre suas atrações, a Gruta da Lapinha que possui 300 metros de extensão, distribuídos em galerias e salões, iluminados por LED, o que valoriza as formações minerais existentes. Entre os salões que compõem a gruta, 12 são abertos à visitação.
O Parque abriga ainda o Museu Peter Lund onde estão expostos 82 fósseis descobertos por Peter Lund que vieram do Museu Natural de Copenhague, e cerca de 15 fósseis doados pelo Museu de História Natural da PUC Minas.
Concessão
A visitação nas unidades de conservação estaduais ganhará ainda mais qualidade com o Programa de Concessão de Parques Estaduais (Parc), que prevê um incremento no uso das áreas para fins turísticos, como hospedagem, alimentação, atividades de lazer, aventura e venda de souvenires. Em dezembro, o governador Romeu Zema lançou a consulta pública para a concessão das três unidades de conservação da Rota das Grutas Peter Lund que serão as primeiras a integrarem a proposta.
A concessão é pioneira na área ambiental do Estado, está prevista por 25 anos e tem valor estimado para investimento de R$ 347 milhões. Outras 17 unidades de conservação administradas pelo IEF (Instituto Estadual de Florestas) devem integrar o regime de concessão, como os parques do Itacolomi, do Ibitipoca, do Rio Doce.