A situação pré-falimentar, ou de insolvência ou dissolução pela qual passa o Cruzeiro, pode obrigar o clube a medidas drásticas, como vender boa parte de seus bens imóveis para conseguir quitar dívidas e assim, aliviar a situação financeira, a mais grave da história do clube. De acordo com relatório encomendado pelo antigo CEO Vittorio Medioli, este plano de recuperação passaria pelas vendas da Toca da Raposa I, do Ginásio do Barro Preto e da Sede Campestre 2, que seriam oferecidos como garantia de quitação de R$ 300 milhões de dívidas. Assim, só seriam mantidos como patrimônio do clube a Toca II, a Sede Campestre 1 e a sede administrativa da Timbiras.
Outras medidas seriam a redução da folha de pagamento do setor administrativo e do time de futebol, criar uma marca própria de material esportivo e impor um teto para as despesas operacionais, gerando com isso superávit, que seria usado para o pagamento das dívidas. O relatório aponta também a obrigação de vetar a prática de nepotismo de conselheiros e dirigentes em qualquer setor do clube, ressalvados casos de relevante interesse, referendado pelo Conselho Deliberativo, e unificar o jurídico sobre uma única diretoria subordinada à presidência.
Localizada no final da avenida Otacílio Negrão de Lima, numa das margens da Lagoa da Pampulha, a Toca da Raposa I foi inaugurada em 1973, na administração do então presidente Felício Brandi. Inspirado no centro de treinamentos do Milan, da Itália, foi o primeiro do país para este objetivo específico, tendo sido o local da preparação da Seleção Brasileira para as Copas do Mundo de 1982 e 1986. Com a inauguração da Toca da Raposa II em 2002, a Toca I passou a ser utilizada exclusivamente pelas categorias de base do Clube.