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Rebaixamento reduzirá receitas do Cruzeiro em 2020

Além da vergonha e da humilhação no campo esportivo, a queda para a Série B do Brasileirão vai custar caro aos cofres do Cruzeiro na próxima temporada. Segundo as estimativas iniciais, o clube celeste terá uma queda brusca nos valores que terá à receber. Só por ter ficado na 17ª posição, a primeira entre os rebaixados, Cruzeiro deixou de receber R$ 11 milhões, valor pago ao Ceará, o último colocado entre os que permanecerão na Elite no próximo ano.

Por ter ficado na zona de rebaixamento, o Cruzeiro não teve direito à qualquer valor de premiação no Brasileirão. E para 2020, terá de escolher entre a cota fixa da competição, que hoje é de R$ 8 milhões, ou o pay-per-view, que pode, dependendo da quantidade de assinaturas feitas pelos torcedores, render um valor maior,  entre R$ 10 e 20 milhões.

Outro agravante é que o Cruzeiro, comprometeu cerca de R$ 70 milhões em receitas de TV por ter antecipado quotas até 2022. Com isso, desde julho deste ano, a Globo é obrigada a depositar na conta do fundo Polo Clubes (criado para fazer a operação de antecipar estas receitas), em vez de pagar a Raposa parcelas mensais que variam de R$ 2 milhões a R$ 2,5 milhões até outubro de 2022. De janeiro a dezembro de 2020, conforme o documento, a previsão é que sejam repassados R$ 19,86 milhões, quantia quase equivalente à previsão de receita com pay-per-view que o clube pode conseguir na Série B.

Além disso, o Cruzeiro vai sentir a falta de recursos de competições como a Taça Libertadores, que este ano rendeu R$ 16 milhões ao clube. Um salva-vidas está na Copa do Brasil, que hoje rende ao vencedor algo em torno de R$ 60-70 milhões, ou R$ 20 milhões se chegar à semifinal. Mas, sem dinheiro para montar um time competitivo, fica difícil imaginar que os comandados de Adilson Batista consigam avançar na segunda mais importante competição nacional. E se não bastasse isso, o Cruzeiro também já antecipou cotas dos estaduais de 2020 e 2021, além da própria Copa do Brasil de 2020. A Adidas, fornecedora de material esportivo a partir do ano que vem, já repassou R$ 2,5 milhões, enquanto o Supermercados BH contribuiu com R$ 8 milhões.

O poço é mais fundo do que se poderia imaginar. 

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