O Banco Central (BC) aumentou a projeção para o crescimento da economia neste ano e em 2020. A previsão para a expansão do PIB (Produto Interno Bruto), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, em 2019 passou de 0,9%, previsto em setembro, para 1,2%. Para 2020, a projeção foi revisada de 1,8% para 2,2%. Segundo o BC, o ajuste na projeção “repercute os resultados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o terceiro trimestre do ano, a revisão da série histórica do PIB e o conjunto de informações setoriais disponíveis para o trimestre em curso”.
Para o crescimento do quarto trimestre deste ano, o BC destacou o impulso decorrente das liberações extraordinárias de recursos do FGTS, do PIS e do Pasep. No âmbito da oferta, a previsão para a variação anual da agropecuária passou de 1,8% para 2%, “refletindo revisão das contas trimestrais e aumento da previsão de abates, em cenário de forte elevação dos preços de carnes”.
Segundo o BC, a projeção para o desempenho da atividade industrial passou de 0,1% para 0,7%, em decorrência dos aumentos nas estimativas para indústria extrativa (de -1,6% para -0,4%), indústria de transformação (de -0,2% para 0,2%) e, principalmente, construção civil (de 0,1% para 2,1%), setor que apresentou crescimento significativo ao longo dos últimos dois trimestres, revertendo tendência observada ao longo dos últimos anos.
A projeção de expansão da atividade do setor de serviços em 2019 foi ligeiramente revisada (de 1% para 1,1%), com destaque para elevações nas projeções para comércio (de 1,2% para 2%) e serviços de informação (de 2,5% para 3,5%). Em sentido oposto, as estimativas para outros serviços e administração, saúde e educação públicas foram reduzidas para 1,2% e -0,2%, na ordem, ante projeções anteriores de 1,6% e 0,1%.
A estimativa de crescimento para o consumo das famílias foi revista de 1,6% para 2%, enquanto para os investimentos FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), de 2,6% para 3,3%. A estimativa para o consumo do governo foi revisada de -0,3% para -0,6%. Para a exportação e importação de bens e serviços, as estimativas ficaram em -3% e 1,7%, em 2019, respectivamente, ante projeções anteriores de -0,5% e 1,9%. Para o BC, o maior impulso da economia em 2020 está condicionado ao cenário de continuidade das reformas e ajustes na economia brasileira.