O papel da atividade turística, devidamente organizada e formatada, como uma das molas propulsoras da economia do Vale do Aço na próxima década do Século 21. Esta foi a tônica do Painel II “O Turismo como oportunidade de desenvolvimento”, realizado na última quinta-feira, 21, no Unileste, como parte da programação da 5ª Conferência Metropolitana da RMVA, organizada pela Armva (Agência da Região Metropolitana do Vale do Aço).
O painel, que teve como mediador do diretor de marketing do Circuito Mata Atlântica de Minas (CTMAM), Rodrigo Vieira, contou com a participações do assessor de projetos especiais do IEF, Flávio Antunes; do chefe do Parque Nacional do Itatiaia, Gustavo Tomzhinski e do secretário de Indústria, Turismo e Comércio de Bonito/MS, Augusto Mariano. Enquanto Tomzhinski e Mariano contaram as experiências de desenvolvimento do turismo em suas regiões, Antunes detalhou como anda o projeto de concessão dos serviços de exploração turística dos parques estaduais de Minas, entre eles do Rio Doce, localizada na região.
Para Rodrigo Vieira, o turismo já se tornou um elemento fundamental e potencialmente valioso para a geração de postos de trabalho e renda para a população. “O investimento econômico neste setor muito contribui para minimizar o grave problema social do desemprego. “O turismo é uma atividade que engloba vários setores pulsantes em nossa região: gastronomia, artesanato, cultura, história e belezas naturais, possibilitando oportunidade de trabalho para muitas pessoas.
Só precisamos melhorar este processo, implantando uma gestão participativa, com um planejamento que tenha foco em ações que tragam resultados ao desenvolvimento do setor no curto, médio e longo prazo, comentou. Em sua visão, “as cidades precisam saber sua identidade e, o que possuem de oferta turística. E para isso, é necessário ter conhecimento, saber onde buscar os melhores modelos de gestão e as melhores práticas” destacou, salientou que as experiências bem-sucedidas de lugares como Bonito ou da região do Parque do Itatiaia, pode ser adaptada à nossa realidade.
Experiência de Bonito
Entre os palestrantes do painel sobre Turismo da Conferência Metropolitana, a fala do representante de Bonito/MS, o veterinário e empresário Augusto Marinho, chamou a atenção dos presentes. No tempo de que lhe foi concedido, ele não se cansou de destacar as belezas da cidade onde mora, conhecida como um dos principais pontos de turismo ecológico do Brasil, graças ao rios de águas cristalinas, grutas, cavernas e cachoeiras. Segundo Antunes, a descoberta da vocação turística de Bonito é algo recente – meados dos anos 90 – e hoje, o município conta com mais de 40 atrações naturais, que possibilitam aos visitantes, várias opções de atividades. Quem estiver interessado em contemplar as belezas da região pode, por exemplo, visitar as grutas e tomar banho em cachoeiras e rios de águas claras como só se vê no cinema, comentou.
Já os amantes da aventura têm à disposição trilhas no solo ou mesmo circuitos nas árvores para percorrer, ou ainda descer trechos de rios fazendo flutuação (com o próprio corpo) ou utilizando botes e boias ou caiaques infláveis. Há ainda passeios em Bonito que são mais convencionais, como andar de quadriciclo, a cavalo (cavalgada) ou de bicicleta. Para os mais radicais, as opções também são das mais variadas, como os mergulhos em rios e lagoas e o rapel. Bonito é um município mundialmente famoso pelo seu ecoturismo, e destaca-se como o principal destino brasileiro que engloba o turismo de aventura com preservação ambiental.
A gestão pública focada na sustentabilidade e o voucher único, sistema desenvolvido pelo município de Bonito para monitoramento da capacidade de carga, são modelos no mundo todo. Outra responsável pela organização da atividade na cidade é a profissionalização da gestão e dos equipamentos turísticos. Toda a essa gama de atrações e atividades possibilitou que o PIB local crescesse desde 2001, 14 vezes, graças, principalmente ao entra e sai de turistas, que despejam na economia local mais de R$ 300 milhões/ano. Antunes frisou o alto nível de organização da atividade turística em Bonito, que garante espaço para trabalhar ou empreender a quem se qualifica, gerando renda e impostos.
