O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu hoje a criação de uma área de livre comércio com a China, considerado hoje o principal parceiro comerciais do país. Segundo Guedes, o grande volume de negócios entre os dois países, que era de US$ 2 bilhões no início dos anos 2000 e hoje já ultrapassa a casa dos US$ 100 bilhões, justifica esta ação, que ainda não tem data para a conclusão do acordo neste sentido.
Na visão do ministro, o Brasil deve seguir exemplos de integração de países da Europa e da Ásia que têm elevado o “padrão de vida” das populações. “Os chineses, indianos, malásios, filipinos, está todo mundo subindo o padrão de vida. Enquanto isso, do lado de cá, particularmente a América Latina, o Mercosul, fez o contrário: cabeça de avestruz, enfiamos a cabeça no chão. Ficamos fechados. Nosso padrão de vida está piorando”, afirmou.
Guedes, que discursou na abertura do seminário NDB e o Brasil: Parceria Estratégica para o Desenvolvimento Sustentável, em Brasília, defendeu que a mudança de postura do Brasil ocorra na área comercial, de investimentos e de desenvolvimento de tecnologias do mundo digital.
O NDB (Banco de Desenvolvimento do Brics), grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, como lembrou Paulo Guedes, uma peça fundamental nesse jogo. “Queremos não só pelo dinheiro [emprestado pelo banco], queremos a experiência na produção de infraestrutura eficiente como a China fez”. Segundo o ministro, o Brasil ficou isolado por 40 anos e, agora, o governo pretende agilizar a abertura da economia. “Vamos fazer 40 anos em 4”, afirmou. Guedes garantiu que não há interesse do país em guerras ou tensões comerciais. “Queremos ser amigos de todos. Estamos abertos para os negócios”, completou.