O 2º painel do Congresso Aço Brasil 2019 discutiu a importância estratégica da indústria de transformação para o Brasil. Responsáveis pela evolução tecnológica de produtos brasileiros, pelo aprimoramento da mão de obra e pelo aumento em investimentos no país, a indústria da transformação enfrenta dificuldades que podem ser superadas com menos burocracia, menos impostos e mais investimento em infraestrutura e tecnologia, segundo painelistas.
Com moderação do Conselheiro do Aço Brasil / Presidente da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Mário Baptista Filho, o painel A indústria de transformação é estratégica para o País? contou também com as presenças do Secretário Especial Adjunto de Produtividade, Emprego e Competitividade do governo, Igor Calvet; José Ricardo Roriz Coelho, Vice-Presidente da FIESP, Luiz Carlos Moraes, Presidente da ANFAVEA; e Fernando Figueiredo, Presidente-Executivo da Abiquim.
Após reconhecer a importância da indústria de transformação para o País, Calvet citou medidas já tomadas pelo governo, como a Medida Provisória da Liberdade Econômica, que reduz burocracias para criação de empresas pequenas. “A MP foi aprovada para melhorar a vida dos empresários”, disse.
Durante abertura do painel, Benjamin Mário Baptista apresentou dados que mostram que a partir da década de 80, a indústria de transformação sofreu uma “queda livre” em participação do Produto Interno Bruto (PIB), caindo de 36%, em 1949, para 11,3%, em 2017. “Nosso objetivo é mostrar o que é preciso fazer para que a indústria de transformação volte a ter uma papel expressivo no desenvolvimento econômico do nosso país”, afirmou
Segundo o Presidente-Executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, a matéria-prima para a indústria química brasileira é a mais cara do mundo. Contudo, Figueiredo elogiou a iniciativa do governo de estatizar certos órgãos. “A privatização da Petrobras vai, acho que em curto prazo, se efetivada, contribuir para reduzir o custo da nafta, que é a mais importante matéria-prima para o setor”, defendeu.
Tecnologia
Luiz Carlos Moraes, presidente da ANFAVEA, afirmou que, mesmo com o desalento da economia, o setor automobilístico não deixa de investir em tecnologia. “Nossas empresas estão fazendo investimentos relevantes na indústria 4.0. O Big Data, a realidade aumentada e a análise de dados já são realidade em nossas empresas”, garantiu.
O vice-presidente da FIESP reforçou que a indústria brasileira só pode ser competitiva com o resto do mundo se houver, de fato investimento. “Temos que acelerar esse passo para termos uma indústria brasileira mais competitiva. Estamos avançando com muita pouca velocidade”, criticou.