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EUA e China entram em nova guerra comercial

Depois de sofrer uma terrível baixa, a moeda chinesa, o yuan, apresentou hoje sinais de recuperação nesta terça-feira (6), após Pequim aparentemente ter adotado medidas para evitar uma queda ainda maior. Na segunda-feira, o Banco Popular da China permitiu uma forte desvalorização de sua divisa, que superou a marca de 7 por dólar pela primeira vez desde 2008, levando os Estados Unidos a declararem a China como país manipulador de sua moeda.
 

O Departamento do Tesouro americano qualificou, pela primeira vez desde 1994, a China como país “manipulador cambial”, o que leva as disputas comerciais entre os dois países para além das tarifas de importação. De acordo com o Tesouro americano, “o propósito da desvalorização da moeda da China é obter vantagens competitivas injustas no comércio internacional”. O Banco Popular da China (banco central do país) afirmou que a atitude americana “prejudica gravemente a ordem financeira internacional e gera caos nos mercados financeiros”, além de “impedir a recuperação da economia e do comércio global”.

Disputas comerciais
“A China não usou e não usará a taxa de câmbio como ferramenta para lidar com as disputas comerciais”, afirmou a instituição, em um comunicado divulgado em seu portal na internet. O banco chinês disse que o valor de sua moeda é regulado e determinado pelo mercado e pediu ainda que os EUA reconheçam seus erros e evitem o “precipício”.

Num editorial publicado nesta terça no jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o People’s Daily, Pequim acusa os EUA de “deliberadamente destruirem a ordem internacional” com “unilateralismo e protecionismo”.

A determinação do Tesouro americano e a consequente queda do yuan nesta segunda-feira aumentam o abismo entre as duas maiores economias do mundo e eliminam as esperanças de uma resolução rápida para os conflitos comercias entre as duas nações. As disputas já se espalharam além das tarifas para outros setores, como o de tecnologia.

Analistas alertam que as medidas retaliativas adotadas pelos dois lados poderão aumentar de proporção e afetar, não apenas a confiança nos negócios, mas também o crescimento econômico global.

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