A disputa comercial entre os Estados Unidos e China respingou nos mercados de câmbio esta semana. Investidores dizem que isso pode piorar a retaliação olho por olho que prejudicou as relações entre as duas maiores economias do mundo.
O presidente americano Donald Trump colocou mais lenha na fogueira no início de agosto. Ele afirmou que seu país vai impor tarifas sobre quase todas as importações chinesas a partir de 1º de setembro. Trump acrescentou que a China não cumpriu o compromisso de adquirir produtos agropecuários dos Estados Unidos.
Segundo analistas, a resposta de Pequim, na segunda-feira, foi permitir que a moeda chinesa se desvalorizasse diante do dólar a um nível que não era visto há 11 anos. O yuan mais fraco torna as exportações chinesas mais baratas nos mercados estrangeiros. Em Washington, o Departamento do Tesouro americano respondeu imediatamente chamando a China de manipuladora cambial.
Já o banco central chinês declarou que não agiu para desvalorizar o yuan. De acordo com o órgão, as ações do lado americano contra a China estão desestabilizando os mercados financeiros e a economia global.
A disputa prejudica o comércio com outros países, incluindo o Japão. Também está atraindo investidores até ativos menos arriscados, como, por exemplo, o iene. Com a valorização da moeda japonesa, produtos do país se tornam mais caros.
Agora, os investidores voltam suas atenções para as negociações comerciais de setembro entre Washington e Pequim, ao mesmo tempo que se preparam para mais agitação nos mercados.
Nesta briga do mar com o rochedo, o que resta aos demais países é rezarem para serem o marisco.