A possibilidade de ser cobrar pedágio na BR 381, num valor que deixaria uma viagem do Vale do Aço à Belo Horizonte com um custo de cerca de R$ 50, provocou calafrios em todos os setores da economia esta semana. Segundo estudos do Governo Federal, o novo plano de concessões de rodovias prevê pedágios em vários pontos da estrada, antes das obras de duplicação.
Para especialistas ouvidos pelo Jornal “O Tempo”, tal prática pode ser considerada “bitributação”. Na visão deles, um contribuinte pagar pedágio sem obras e melhorias na rodovia em que trafega pode ser considerado no mínimo incoerente, pois a pessoa estaria arcando por algo que já paga por meio de impostos. Isso num país onde dos 365 dias do ano, o brasileiro, rico ou pobre, trabalha pelo menos 150 só para pagar impostos e não ter o devido retorno do governo em serviços.
E, enquanto isso, as obras seguem em ritmo lento, sem previsão para sua conclusão, fazendo com que as viagens para a capital levem seis, sete, oito horas de duração e a 381 seja batizada de “rodovia da morte”, devido ao grande número de acidentes que acontecem no trecho, principalmente entre BH e João Monlevade.