Os ex-assessores do deputado federal licenciado e atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, Roberto Silva Soares, o Robertinho e Haissander Souza de Paula prestaram depoimento no final da tarde hoje na delegacia da Polícia Federal em Governador Valadares. Logo após a oitiva, eles foram levados para o presídio da cidade, onde cumprirão prisão temporária de 10 dias.
Roberto e Haissander são investigados pela Operação Sufrágio Ostentação, que apura um suposto esquema de laranjas em candidaturas para a Câmara Federal nas eleições de 2018 em Minas Gerais. Na mesma operação, foi preso, em Brasília, o assessor especial do ministro, Mateus Von Rondon Martins.
Segundo a PF, além dos mandados judiciais de prisão temporária e a coleta dos depoimentos, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Brasília, Valadares e Ipatinga. Computadores, documentos e telefones celulares foram apreendidos e serão inspecionados a fim de ajudar no esclarecimento das suspeitas de irregularidades na aplicação de recursos públicos em campanhas eleitorais femininas do PSL em Minas Gerais.
A suspeita é de que, nas eleições de 2018, o diretório do PSL em Minas Gerais inscreveu para disputar o pleito mulheres cujas candidaturas seriam uma forma de a legenda receber verbas públicas por meio do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o fundo partidário. Parte deste dinheiro teria sido então desviada para empresas de pessoas ligadas ao diretório estadual do PSL.
Curiosamente, Roberto foi candidato a vice-prefeito nas eleições municipais extemporâneas de 2018, ao lado do então vereador Wanderson Gandra, que hoje também se encontra preso, em Ipaba, devido as investigações da Operação Doulos, do Gaeco, que investiga um esquema de desvio de salários de servidores ocupando cargos de confiança. A chapa terminou em terceiro lugar, tecnicamente empatada com o segundo colocado, Daniel Cristiano.