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Expedição Piracicaba alerta para preservação do rio

Terminou hoje em Ipatinga com uma solenidade no Parque Ipanema, mais uma Expedição Piracicaba, que começou no dia 26 de maio, quando os participantes saíram da nascente, no município de Ouro Preto. Durante os dez dias de navegação, os participantes puderam vivenciar diferentes experiências relacionadas ao rio e suas comunidades, além de observarem a situação em que Piracicaba se encontra até a sua foz, que faz encontro com o Rio Doce, nos limites de Ipatinga, Caratinga e Timóteo.

No penúltimo dia da expedição, ontem, as equipes passaram por Fabriciano e Paraíso, completando 20 cidades visitadas. Os caiaques navegaram por cerca de 20 quilômetros do leito do rio na região. E em todos os lugares por onde passaram o que sei viu foi um processo constante de degradação, mas ao mesmo tempo, a força de pessoas e entidades que lutam por sua preservação.  Segundo o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba, Flamínio Guerra, o principal objetivo da exploração foi mobilizar as cidades da bacia em prol da revitalização do rio e colher dados para conhecer a realidade atual. Paralelamente, será elaborado ainda um diagnóstico atualizado do Piracicaba.

Com 5,6 mil quilômetros quadrados, a Bacia do Rio Piracicaba tem quase 1 milhão de habitantes, distribuindo em 21 municípios, que dependem direta ou indiretamente da vida do curso hídrico. Segundo especialistas, atualmente a qualidade e a quantidade das águas do Piracicaba se encontram cada vez mais ameaçadas por ações do homem, advindas de ocupação desordenada, esgotamento sanitário, pastagens e mineração, entre outros fatores.

Flamínio Guerra explicou que graças a uma parceria com a Unifei (Universidade Federal de Itajubá) o rio está sendo monitorado em 37 parâmetros, com realização de análise da qualidade da água e condições do fundo do leito. “As coletas são feitas em 28 pontos. Essas amostras irão nos dizer a realidade que irá nortear os nossos trabalhos. A gente sabe que os grandes problemas do rio são o esgotamento sanitário e o assoreamento. E como iremos fazer uma revisão do plano de bacia, a partir do segundo semestre, essas análises serão de fundamental importância para sabermos qual ação mais efetiva para conseguirmos avançar nas políticas públicas”, disse, acrescentando que outro problema enfrentado é o lançamento do esgoto doméstico no rio Piracicaba. “Estamos entregando uma água de má qualidade ao rio Doce. Então a gente espera que esses novos estudos possam nortear os avanços”.

A presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, que abrange 229 municípios, Lucinha Teixeira, lembrou que os rios formam uma rede integrada e que qualquer impacto em afluentes na Bacia do Rio Doce irá afetar a qualidade hídrica. “Esta ação do comitê do Piracicaba é importante neste momento em que todos os comitês começam a trabalhar com a revisão do plano de recursos hídricos. O trabalho desta expedição traz de forma mais detalhada os impactos que ocorrem na área do Piracicaba, e também foi um momento importante de mobilização da sociedade. A gente só vai conseguir trazer uma água em quantidade e qualidade melhor para o Doce e o Piracicaba se toda a bacia, poder público, usuários e sociedade estiverem de fato comprometidos com isso”, analisou.

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