O Governo Federal deve anunciar hoje os primeiros passos do plano para reduzir pela metade o preço do gás nos próximos dois anos. Para isso, deve ser combatida a concentração que domina no setor com por meio de distribuidoras e a Petrobras. O plano, chamado Novo Mercado de Gás, quer criar concorrência para somar 1% no PIB e gerar 12 milhões de empregos a longo prazo.
A aprovação conta com o apoio da Cade e da ANP (Agência Nacional de Petróleo). A Petrobras já está aliada ao governo, já que procura concentrar investimentos na produção e exploração do pré-sal e reduzir a participação em refinarias.
Com a ANP ficará o papel de regular as medidas e promover a adesão de outras companhias para a distribuição de gás. O Ministério da Economia deve incentivar os Estados que são sócios das empresas a abandonarem as participações no setor. Como recompensa, poderão obter financiamentos da União.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer alcançar uma queda de até 50% no preço do gás. Hoje, a indústria paga de 12 dólares por milhão de BTU, mais que o dobro do valor pago nos EUA, de 4 dólares, segundo dados da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace). Para a entidade, preços competitivos podem adicionar 1% de alta anual ao PIB e gerar 12 milhões de empregos em dez anos.