Quase 20 postos de gasolina da Grande BH foram pegos nesta sexta-feira em possíveis irregularidades na venda de combustível. Dois gerentes foram presos em flagrante, suspeitos de participação em um esquema de fraude. A ação, batizada “Ciclo de Otto” conjunta que envolveu a Receita Estadual, Polícia Civil,o Ipem (Instituto de Metrologia e Qualidade do Estado de Minas Gerais) e a ANP (Agência Nacional do Petróleo), a ação conjunta identificou uma série de irregularidades nos estabelecimentos revendedores. Em um deles, em Contagem, as bombas foram lacradas depois de ficar constatado que cada litro vendido tinha 120 ml de combustível a menos do que o informado ao consumidor. Amostras do produto também foram recolhidas para análise, já que há suspeita de adulteração.
Durante a operação, foram apreendidos documentos físicos e dados eletrônicos foram copiados, a fim de se verificar as entradas e saídas de gasolina, etanol e diesel de cada um dos postos alvos da investigação. Outra suspeita que recai sobre as empresas é a compra de combustíveis de procedência duvidosa, sem a documentação fiscal correspondente.
Os postos investigados são das mais variadas bandeiras. A maioria tem em comum uma fraude já conhecida pela Receita Estadual: a adulteração dos encerrantes, dispositivos localizados nas bombas de combustíveis conectados à caixa registradora. Com a modificação do equipamento, é possível, por exemplo, ocultar o real volume comercializado do produto. Segundo o superintendente regional da Fazenda em Contagem, Antônio Vaz de Mello, apenas no último ano, os postos podem ter causado um prejuízo aos cofres públicos de cerca de R$ 10 milhões em impostos sonegados.