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Ônibus – “o atraso” de um negócio secular

O atraso no transporte por ônibus em relação ao advento de tecnologias nos processos administrativos faz com que absurdos como a venda somente por dinheiro seja o possível na rodoviária de Belo Horizonte.

Falar que o modal aéreo é o mais avançado tecnologicamente se comparado ao marítimo e o terrestre, não é novidade. Digamos até que o marítimo persegue o aéreo de perto. Todavia, o modal terrestre sofre atraso decano no que diz respeito à adoção de novas tecnologias em seus processos administrativos e de vendas.

Razão para isso pode-se imputar ao comodismo das concessões públicas caracterizadas pelo monopólio de grupos empresariais que não tem fator mais motivador: a concorrência.

Se pegarmos os concessionários das linhas intermunicipais ou interestaduais poderemos perceber, em muitos casos, que ainda há a fiscalização por meio de um “cobrador” minutos após do seu bilhete ser verificado pelo motorista ao entrar na “nave”. A “checagem” se dá por meio de verificação visual e formalizada por uma rubrica sobre o bilhete.

Ainda, falando do conceito “intra” (dentro da nave) podemos observar que pouca coisa modificou no que tange ao conforto. Ar condicionado, revista de bordo (pra provocar náuseas em desavisados), um cobertor (item raro) e uma TV cujo alcance somente uns privilegiados mais próximos assistem a programas gravados de forma audível. Digamos que nesse aspecto, o atraso é menor.

Agora, no que diz respeito à reserva e compra de bilhetes, a coisa pega. Existem alguns sites concentradores de venda de passagens que dão uma “mãozinha” às empresas. Rodoviariaonline, Clickbus, queropassagem, guichevirtual…são tantos que estão disponibilizando venda on line de passagens. Isso não quer dizer que todas as linhas ou empresas permitem.

Mas, um exemplo intrigante é que, em plena rodoviária de Belo Horizonte, uma tradicional linha não ofereça meios de pagamentos se não o pagamento em espécie para quem quer seguir para Ipatinga. Sim, e o pior que a empresa se apega a legislação para não oferecer outro, senão papel-moeda. Em tempo, em nota enviada para Negócios Já! a empresa esclarece “que está em conformidade com o Código de Defesa do Consumidor que não obriga os estabelecimentos a receberem pagamento com cartões de débito ou crédito, mas deve informar ao consumidor com cartazes de fácil visualização, conforme estamos procedendo“. Com isto, a famosa pergunta “Débito ou Crédito” você não ouvirá no guichet da empresa. Você que chegar correndo para pegar um ônibus a 10 minutos da partida, por exemplo, esqueça: não vai viajar (os caixas eletrônicos estão no segundo andar da rodoviária).

A alegação em e-mail enviado pelo Departamento de Estradas e Rodagens – DEER e encaminhado esclarece que suspendeu temporariamente suas vendas de passagens nos guichês por débito, por motivos administrativos e que providências já estão sendo tomadas para retornar essa opção, oferecendo, como alternativa, a opção de compra on-line de passagens no site da companhia, com diversas formas de pagamento.

A questão é que, dada a dinamicidade da vida moderna e sem que isso seja propagado amplamente, um passageiro que vá a rodoviária sem dinheiro (papel), não consegue comprar e não tem uma concorrente para verificar se esta aceita o famoso cartão magnético. Com muita sorte, em outro horário, pode encontrar a oportunidade em alguma outra linha de outra empresa que em determinado horário passe próximo ao seu destino. Pode ser…

E tinha gente que já estava cansada de ouvir “débito ou crédito?”

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