Presidente da Usiminas detalha, em coletiva, resultados do 1º trimestre e investimentos da empresa para 2019.
“Negócios Já! obteve mais informações sobre investimentos, sua origem e prioridades”
Os resultados do 1º trimestre da Usiminas foram detalhados pelo presidente Sérgio leite, em entrevista coletiva realizada na última quinta-feira(02). Com um lucro líquido de R$ 76,3 milhões, a empresa conseguiu resultados melhores por unidade de negócio quando comparado com o 4º trimestre de 2018 e ligeiramente menores, se comparados ao mesmo período de 2018. Por isso, o comportamento do mercado foi curioso em relação aos números. Nos dias em que antecederam o anúncio dos resultados as ações da empresa (USIM5) eram precificadas a menor e, uma semana depois, já apresentavam recuperação.
Semana passada, o Credit Suisse não indicava a compra, reduzindo de R$12,20 para R$8,50 justificando-se pela lenta recuperação da economia, o menor consumo aparente do aço nos primeiros 04 meses do ano e as reduções da projeção do PIB para 2019 que já se estima em 1,7 (o próprio presidente da empresa, Sérgio Leite, acredita que deva chegar em 1,5 os mais pessimista já falam em 1,3).
As unidades de negócio apresentaram melhoras em seus números. A Usiminas Mecânica tem uma situação particular em que a melhoria do quadro se comemora pela redução dos resultados negativos. Continua à venda, mas com mercado fraco no que tange a investimentos em infraestrutura, interessados ainda aguardam melhoria do ambiente de negócios para fazer ofertas. Mesmo assim, a empresa registrou lucro bruto de R$ 8,9 milhões no primeiro trimestre do ano, revertendo um prejuízo bruto de R$ 14,3 milhões no quarto trimestre de 2018. O Ebitda Ajustado no 1T19 foi negativo em R$ 1,3 milhão contra R$ 14,6 milhões negativos no 4T18. A Margem de Ebitda Ajustado foi de 2,1% negativa, contra 21,8% negativa no trimestre anterior.
Mineração e a tragédia de Brumadinho
No período, o Ebitda Ajustado consolidado (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 487,5 milhões, ante R$ 363,5 milhões do trimestre anterior, uma alta de 34,1%, excluindo os efeitos não recorrentes. Negócios Já! perguntou ao presidente sobre se a expectativa de continuidade de maiores preços na tonelada minério de ferro, uma vez que os números do 1º trimestre foram turbinados pela suspensão de atividades de vários sites da Vale (efeito cascata da tragédia de Brumadinho). O presidente acredita que, aos poucos, as atividades minerárias da companhia (Vale) voltarão ao normal, exemplo da semana passada, que um de seus maiores sites, a mina de Brucutu, responsável por 30 milhões de toneladas/ano, já havia sido liberada pela justiça para a continuidade de sua produção e, com isso, o mercado voltaria próximo a situação pré-tragédia.
Antecipação do pagamento de dívidas
No que diz respeito à dívida bruta, houve uma redução de 6,1% em relação à dívida apurada ao final de 2018. Esse índice foi alcançado em função da amortização antecipada de R$ 367 milhões. No encerramento do primeiro trimestre do ano, a composição da dívida da Usiminas baixou para 3% no curto prazo e 97% no longo prazo.
Com recursos próprios, serão investidos mais de 1 bilhão em 2019
Com recursos próprios (não advindos de bancos nem dos recursos de uma futura venda da participação acionária da empresa na MUSA – Mineração Usiminas), Negócios Já! indagou sobre como seriam distribuídos os investimentos. O presidente afirmou que 70% na siderurgia, majoritariamente na substituição de equipamentos com alto nível de obsolescência, infraestrutura de áreas de apoio e preparação para a reforma do alto forno 3 marcada para 2020-2021. O foco é na “sustentabilidade operacional”, ou seja, na não descontinuidade dos processos produtivos da Usina Intendente Câmara, em especial. O restante dos investimentos será distribuído em Segurança e Meio ambiente. Negócios Já! aguarda pelo maior esmiuçamento desses investimentos para divulgar qual fatia poderá ser alcançada pelos fornecedores locais e quais serão os critérios de encomenda.
Perenidade
Sérgio Leite abriu o encontro falando que a Usiminas estava com sua estratégia voltada para a perenidade da empresa. Essa perenidade teria como ações “carros-chefe” a inovação e transformação digital. A empresa tem criado comitês com essa finalidade e adotado preceitos para a introdução do conceito “indústria 4.0”.
Rating de Investimentos
Foi destaque, também, nos três primeiros meses de 2019 a elevação da nota de crédito da Usiminas concedida, em janeiro, pela Moody’s. A empresa avançou, na escala global, para B1 e, na escala nacional, para Baa2. Na visão dos analistas da agência, o upgrade reflete, principalmente, a recuperação contínua da performance operacional durante o ano passado, em função das iniciativas de controle de custos e da melhor demanda. Em 2018, a Usiminas já havia tido sua nota elevada pela mesma Moody’s e, também, pelas agências internacionais Fitch e Standard & Poors.
Reforma do Alto Forno 03
Prevista para acontecer entre 2021 e 2022, a reforma do alto forno 03 será feita aproximadamente em 110 dias e vai gerar mais de 1000 empregos temporários. Ressaltou que além de oxigenar a economia local vai gerar atividades no setor metalomecânico da região.
