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Pirelli fecha uma de suas fábricas no Brasil (saiba qual)

Sob Pirelli, a justificativa de fortalecer a sua planta em Campinas (SP), que atualmente se concentra exclusivamente na produção de pneus para carros, a Pirelli irá deslocar para a cidade paulista a fabricação de pneus de moto da unidade de Gravataí. O processo deverá ser concluído até a metade de 2021. O complexo gaúcho que será fechado começou a operar em 1976 e emprega atualmente 900 pessoas.

A decisão da empresa italiana foi anunciada em nota divulgada a partir de Milão. O comunicado, apesar de citar os impactos na unidade no Rio Grande do Sul, destaca que o grupo “confirma sua presença estratégica no Brasil por meio de uma reorganização da estrutura produtiva, que permitirá acelerar o foco nos produtos High Value (de alto valor) e melhorar a competitividade das fábricas no País, tendo em vista, inclusive, o cenário conjuntural difícil”.

De acordo com a Pirelli, está previsto um plano de investimentos de € 120 milhões no período 2019-2021 para a modernização e a reconversão dos estabelecimentos produtivos de Standard a High Value e para o melhoramento do mix e da qualidade das fábricas de Campinas e Feira de Santana (BA). Esses investimentos se somam aos € 320 milhões que já foram realizados no período 2013-2018.

Planta de Gravataí no RS.

A reorganização envolvendo as unidades de Campinas e Gravataí, segundo a Pirelli, permitirá a criação de um polo industrial a serviço dos mercados latino-americanos, que se dedicará à produção de pneus de carro, moto e Motorsport. Essa operação, conforme a companhia, permitirá a otimização dos processos produtivos e dos fluxos logísticos, inclusive graças à localização da fábrica de Campinas, mais próxima às unidades produtivas das montadoras de carro e moto, e cujo fortalecimento permitirá a contratação de cerca de 300 pessoas até 2022.

A Pirelli afirma que, com o objetivo de chegar a um acordo com o sindicato que representa os trabalhadores, durante o período de transferência da produção, serão tomadas medidas de mitigação para reduzir os impactos sociais na planta de Gravataí. Uma situação que pode atenuar os reflexos é a contratação de pessoal por parte da Prometeon Tyre Group Brasil (também fabricante de pneus, mas de segmentos como de ônibus e caminhões). O secretário da Fazenda de Gravataí, Davi Severgnini, afirma que a decisão da Pirelli pegou o município de surpresa. O dirigente espera que sejam aproveitadas sinergias e que parte da mão de obra que será dispensada pela empresa seja absorvida pela Prometeon. Severgnini informa que a perspectiva de arrecadação da cidade com o ICMS a ser gerado pela Pirelli neste ano é de R$ 2 milhões, contra R$ 11 milhões da Prometeon.

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Artefatos de Borracha de Gravataí, Moacir Bitencourt, não acredita que a Prometeon terá capacidade para absorver muitos funcionários que sejam demitidos pela Pirelli. O sindicalista também foi surpreendido pela situação, mas ontem à noite mesmo a entidade realizou manifestações na unidade de Gravataí para demonstrar a contrariedade quanto ao fechamento da fábrica. Bitencourt adianta que, com mais tempo para processar as informações, deverão ser organizadas novas manifestações e paralisações, além da busca de apoio político para tentar reverter o cenário adverso.

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