Com queda nas vendas na casa de 18% em volume e 19% (valor) na comparação entre o primeiro bimestre de 2018 e de 2019, o mercado de livros do Brasil não passa por um bom momento. No período, a queda de venda dos livros escolares foi pior: diminuição de 43% em volume e 38% em valor. Os dados são do 1º Painel das Vendas de Livros no Brasil deste ano, feito pela consultora Nielsen Bookscan e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
Conforme o painel, em 2018, o crescimento do volume de vendas foi de 1,32% (44,3 milhões de exemplares) e no valor 4,59% (faturamento total de R$ 1,86 bilhão). O ano passado foi marcado pelo pedido de recuperação judicial de duas grandes redes varejistas, além do encerramento de atividades no Brasil de uma cadeia de megastore francesa para venda de livros, CDs, jogos eletrônicos e aparelhos eletrônicos.
O presidente da Câmara Brasileira de Livros (CBL), Vitor Tavares, disse à Agência Brasil que o setor livreiro “vive crises”, no plural. Segundo ele, a recessão e o baixo crescimento econômico visto em 2017 e 2018 afetaram o comportamento dos consumidores. “Os orçamentos pessoal e familiar diminuíram. As pessoas vão cortando consumo. O livro passa a ser considerado algo que pode esperar”.
Além da economia, Tavares assinala as mudanças no negócio, impactado com a venda na internet e pelos custos de manutenção de grandes lojas em shoppings. Ele também considera que a venda de livros no Brasil é limitada pela falta do hábito de leitura. “Somos um país de não-leitores”, lamenta.