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Carnaval pode gerar receitas de R$ 7 bilhões em todo o país

Considerada a principal festa da cultura brasileira, o carnaval, que este ano acontece na primeira semana de março, pode render quase R$ 7 bilhões em divisas ao país. A estimativa é Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O número representa, segundo a CNC, 2% da receita do total dos serviços de turismo no Brasil. Será a primeira vez, desde 2015, que haverá resultado positivo: em 2016, foi de -12,7%; em 2017,  – 6,6%; e, no ano passado, de -0,5%.

A pesquisa da CNC mostra também que o turismo, em janeiro e fevereiro, vai gerar 23,6 mil postos de trabalho temporário por causa do carnaval, em áreas como transporte, hospedagem e alimentação, uma alta de 23,4% em relação à 2018, quando foram contratadas pouco mais de 19 mil pessoas. Será o maior contingente de temporários contratados desde 2014, quando foram abertas 55,6 mil vagas desse tipo. Naquele ano, dois fatores explicaram o elevado número de postos temporários: o carnaval foi em março e houve também eventos preparatórios para a Copa do Mundo, em junho. O segmento de serviços de alimentação, com 18,4 mil vagas ofertadas, deve responder por 78% das oportunidades criadas para o carnaval.

De acordo com o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, três fatores contribuem para tal crescimento. O primeiro é a base comparativa muito fraca porque houve três anos consecutivos de queda na receita do turismo, e qualquer reação vira rapidamente um número positivo. “A gente está vendo isso nos dados do comércio e de serviços”, disse Bentes, ao lembrar que atividades de turismo são atividades de serviços.

O segundo ponto é o dólar com valorização de cerca de 20% em relação à cotação no carnaval passado. Dólar mais alto leva o turista nacional a desistir de pacotes no exterior e acaba beneficiando o turismo doméstico. Para o turista estrangeiro, que tem a moeda valorizada, o carnaval é uma boa oportunidade de conhecer o Brasil. “Fica mais barato para ele.” A inflação baixa também favorece o fluxo interno de turistas e ajuda o setor a crescer, acrescentou Bentes.

O terceiro fator gerador de uma maior movimentação financeira para o turismo brasileiro no carnaval é o comportamento dos preços. Bentes explicou que, em função da recessão, ainda recente, e da dificuldade de resgatar o consumo de serviços não essenciais, o setor de turismo está apresentando uma dificuldade grande de repassar qualquer aumento de preço para o consumidor final. Segundo o economista, a inflação dos serviços associados ao carnaval este ano está em torno de 3,3%, menor taxa desde 2012, quando o levantamento começou a ser feito pela CNC. Bentes ressaltou que o setor de serviços sofre muito com crises econômicas e demora a reagir. O turismo está sendo o último a sair da crise. Os demais (agricultura, comércio, indústria) já saíram.

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