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UE vai sobretaxar aço e alumínio brasileiro

Entidade que representa o setor se posiciona entendendo que a decisão da UE reforça a guerra de mercado.

Os países da União Europeia (UE) aprovaram na última quarta-feira (16), a imposição de novas barreiras contra o aço brasileiro e de outros exportadores a partir de fevereiro. Em Genebra, diversos governos já falam em uma ação conjunta na Organização Mundial do Comércio (OMC), desta vez contra Bruxelas.

A medida, segundo os europeus, é uma resposta ao grande fluxo de produtos siderúrgicos que passou a inundar o mercado local desde que os Estados Unidos decidiu erguer barreiras ao aço mundial, criando distorções e redirecionando para a Europa a produção que teria o mercado americano como destino.

Pela proposta da Comissão Europeia, um total de 26 produtos siderúrgicos seriam taxados. Desses, o brasil seria impactado por sete produtos dos 26 possíveis que serão alvos de barreira, entre eles chapas, lâminas e certos tubos. O País exporta cerca de 15 milhões de toneladas de aço por ano (US$ 9,5 bilhões), dos quais 25% vão para a Europa. Em 2017, foram exportados para o bloco 3,9 milhões de toneladas. Uma parte desse volume é de produtos semiacabados, que não foram incluídos na lista de restrição.

Cotas para produtos

Para o Brasil, a cota oferecida para laminados, por exemplo, começará com 168 mil toneladas e, em três anos, passaria para 176 mil toneladas. No setor de folhas metálicas, a cota ao Brasil é de cerca de 50 mil toneladas e perfil de aço ainda terá um teto de 22 mil toneladas para estar no mercado europeu.

 

Tudo o que passar desses volumes receberá uma taxa extra de 25%, o que praticamente inviabilizaria a exportação nacional. A previsão da UE é de que a medida entre em vigor no início de fevereiro. Mas, até lá, Bruxelas é obrigada a negociar com os países afetados.

Instituto Aço Brasil se posiciona

No Congresso do Aço Brasil realizado em agosto do ano passado, em São Paulo, o tema central era as barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos e o posicionamento do Brasil diante do fechamento de mercados que acenavam como tendência (a entidade entende, apesar de ser contra, que o momento sugere a mesma atitude do governo brasileiro para a proteção da indústria nacional).

06 meses depois, o que era uma tendência se confirmou e a Europa vai sobretaxar os mesmos 25% que Donald Trump impôs ao aço e alumínio para os exportadores dos EUA. Negócios Já! entrou em contato com o Instituto Aço Brasil e, abaixo, a emissão de nota oficial enviada à imprensa:   

São Paulo, SP, Brasil. Coletiva de Imprensa do Instituto Aço Brasil.  Marco Pollo de Mello Lopes, Presidente Executuvo do Instituto Aco Brasil em 05/12/2018 fazendo balanço do ano de 2018 e projeções 2019. Foto Marcos Issa/Argosfoto

“A decisão da União Europeia de restringir suas importações de aço, adotando cotas e sobretaxa de 25% para os volumes que ultrapassem as referidas cotas, não surpreendeu, uma vez que a UE já tinha adotado salvaguarda de 200 dias (agosto de 2018 a fevereiro de 2019). A medida, que começa a vigorar em 02 de fevereiro e deve durar até julho de 2021, foi uma reação à Seção 232 imposta pelos Estados Unidos no ano passado. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou oficialmente, em 08/03, o estabelecimento de alíquota de importação de 25% para o aço sob o argumento de que as importações de aço constituem ameaça à segurança dos EUA. 

A medida adotada pela União Europeia agrava a situação conturbada já existente no mercado internacional, reduzindo o potencial exportador da indústria brasileira do aço. A UE é um mercado importante para o Brasil, sendo responsável pelo consumo de 15% das exportações brasileiras de aço. Em 2018, o Brasil exportou 2,1 milhões de toneladas de aço para aquele mercado, o que significou faturamento de US$ 1,4 bi. Cabe salientar, porém, que a medida de proteção da União Europeia exclui os produtos siderúrgicos semiacabados, grupo que representou 1,2 milhão de t e US$ 611 milhões de faturamento nos totais mencionados. Avaliações preliminares indicam que as medidas adotadas pela UE podem acarretar redução das exportações brasileiras de aço para aquele mercado de 90 a 100 milhões de dólares / ano.

A decisão da UE reforça a guerra de mercado, que tem como pano de fundo o excedente de capacidade de 550 Mt de aço. Esse cenário tem ocasionado escalada protecionista, com fechamento de vários mercados, enquanto a América Latina e, em especial o Brasil, continua aberta. Segundo dados da Associação Latino Americana do Aço (Alacero), as exportações de aço da China para o mundo caíram 5% de junho a dezembro de 2018, mas cresceram 28% para a América Latina.”

 

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