Em entrevista exclusiva com Marco Polo de Melo Lopes, presidente-executivo do IaBr, fala das expectativas da siderurgia em 2019 (e do novo governo).
O Instituto Aço Brasil concedeu, por meio do seu presidente-executivo, Marco Polo de Mello Lopes, na última quarta-feira (05), no Hotel Meliá Jardim Europa, em São Paulo, entrevista coletiva. Com exclusividade, o executivo concedeu-nos entrevista por telefone e respondeu a perguntas do jornalista Ronaldo Soares.
Negócios Já! – Dr. Marco, o Instituto Aço Brasil esteve representado pelo senhor e pelo presidente do Conselho Diretor, Sérgio Leite, junto a comissão da indústria (Coalizão Empresarial da Indústria) poucos dias após as eleições com Jair Bolsonaro em sua casa, na Barra da Tijuca, no Rio, levando vários pleitos (simetria de competição com o produto importado, Ajuste fiscal, reforma da previdência, tributária, etc). Um pleito, em especial, o da manutenção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio não foi atendido. Como foi recebido pelo setor a negativa da equipe do próximo governo?
Marco Polo (IaBr)- Muito antes daquele encontro tivemos outros diversos levando esses pleitos, inclusive com o futuro ministro da casa civil, Onix Lorenzoni. O que muita gente não sabe é que propomos até alteração da pasta para “Ministério da Produção, Trabalho e Comércio” como forma de não perder essa importante interlocução do setor produtivo no 1º escalão do governo. Não obtivemos êxito, mas houve a promessa, por parte do futuro ministro Paulo Guedes, de que “supersecretarias” como a de Competitividade e Produtividade estariam oferecendo o suporte ao setor produtivo dentro do “Superministério da Economia”.
Negócios Já! – E órgãos importantes, como a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI e a APEX – Agência de Promoção a Exportação?
Marco Polo – O que temos como informação é de que as atribuições desses órgãos serão incorporadas às secretarias como no caso da APEX que seria incorporada pela Secretaria de Comércio Exterior.
Negócios Já! – Serão, então extintas?
Marco Polo – Se um ministério foi extinto…
Negócios Já! Qual balanço o senhor faz da siderurgia no ano de 2018?
Marco Polo – O desempenho da indústria brasileira do aço em 2018 deve confirmar sua trajetória de recuperação, com crescimento nas vendas internas de 8,9% em relação a 2017, somando 18,8 milhões de toneladas, e de 8,2% no consumo aparente, que deve atingir 21,1 milhões de toneladas.
Negócios Já! Qual expectativa que o senhor tem para o Brasil e a siderurgia, em especial, para o ano de 2019?
Marco Polo – A expectativa é que seja um ano de estruturação do futuro, da forma de conduzir o país cujos objetivos levem ao encontro do que queremos: condições para competir.
Novo governo
O Instituto Aço Brasil, que integra coalizão empresarial da indústria ao lado de outras 09 entidades de classe (ABIMAQ, ABINEE, Abicalçados, ABIQUIM, ABIT, ABRINQ, ANFAVEA, AEB e CBIC), tem conversado com a equipe de transição do governo, defendendo uma agenda que tem como primeira e imprescindível prioridade o ajuste fiscal, associado à aprovação das reformas da previdência e tributária. Constam também como prioridades da agenda da coalizão a retomada dos investimentos na construção civil e em infraestrutura e o fomento às exportações. Em relação a uma maior abertura comercial do país, a coalizão entende que somente seja feita após as correções das assimetrias competitivas. Neste sentido, a área econômica do futuro governo já sinalizou que a abertura será feita de forma gradual, segura e negociada.