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Coworking viraram um grande negócio

Foto: Espaço da WeWork em São Paulo. Empresa tem taxa média de ocupação de 94,8% dentro do Brasil (Divulgação)

Vinte anos antes de o WeWork surgir com seus espaços descolados com máquinas de chope e mesas de totó, a britânica Regus já inventara o compartilhamento de escritórios. Hoje em dia, dividir o escritório virou coworking – e o coworking virou um grande negócio. Mas, enquanto a WeWork já é avaliada em US$ 20 bilhões, um múltiplo equivalente a 20 vezes sua receita, a Regus, recentemente rebatizada de IWG, vale só US$ 2,1 bilhões na Bolsa de Londres, o equivalente a pouco mais que o faturamento de um ano.

Ainda mais curioso: a IWG dá lucro e domina o setor com folga. São mais de 3,2 mil unidades em 110 países, enquanto a WeWork ainda opera no vermelho e tem 287 unidades em 23 mercados. O que explica uma diferença de valor tão grande? Na teoria, o modelo de negócios é o mesmo: ambas alugam imóveis em contratos de 10 a 20 anos, investem para adaptar o ambiente e depois locam as baias e salas para terceiros em contratos de aluguel flexível.

No Brasil, os coworkings se mostraram um negócio resistente, que crescem em meio à crise econômica. “Muitas empresas devolveram espaços e a vacância em São Paulo, por exemplo, que era de 4% em 2011, subiu para quase 20%”, diz Tiago Alves, presidente da IWG no Brasil.

A Regus está no Brasil desde 1994 e a primeira unidade da Spaces abriu em julho do ano passado. Agora, a IWG está trazendo mais quatro de suas marcas para o país. No ano que vem, devem começar a operar a Signature, que oferece escritórios de luxo, mais refinados e com uma experiência “premium”, a Open Office, com espaços em regiões mais afastadas e baratas, a Basepoint, uma versão do Spaces para prédios menorese a No. 18, uma marca do grupo que mistura aspectos do ambiente de trabalho com características típicas de uma casa.

O mercado de coworkings pode ser descolado, mas não é fácil: para que o negócio seja sustentável, a ocupação dos imóveis precisa ser muito alta. No WeWork a taxa média de ocupação dos prédios no Brasil é de 94,8%. A Regus não abre o número exato, mas todos os imóveis do país têm ocupação superior aos 80%. No mundo, a taxa de ocupação média das unidades da IWG gira em torno de 73%.

Apesar da ocupação alta, a WeWork ainda não é rentável. No primeiro semestre deste ano, o prejuízo no mundo foi de mais de US$ 700 milhões, para uma receita de US$ 763 milhões.

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