O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe Nogueira (foto), disse na 23ª edição do Minas Trend que as expectativas do setor com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República e do empresário Romeu Zema (Novo) para o governo de Minas são “positivas”, mas criticou propostas de fusões para a criação de superministérios e secretarias que integram um grande número de áreas de gestão.
Segundo Roscoe, a insatisfação do setor é com a junção da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio Exterior. “Entendo que esses ministérios não deveriam estar acoplados, pois uma característica que ficou marcada no Ministério da Fazenda é o foco apenas na arrecadação”, afirmou. “Além do mais, o Ministério da Fazenda já é um superministério. E não acredito que apenas um ministro terá tempo de olhar tudo”, comentou o presidente da Fiemg.
Apesar das ressalvas em relação às propostas de fusões de ministérios e secretarias em torno de superpastas, Roscoe afirmou que as expectativas da indústria mineira para as duas próximas administrações são “positivas”. “Os novos governos entram com consciência do que precisa ser feito para o Brasil crescer, para que as pessoas possam ser empregadas, gerando mais renda. Na nossa opinião, o Brasil vai crescer e prosperar”, avaliou o presidente da Fiemg.
Roscoe comentou ainda fala polêmica do economista Paulo Guedes, que comandará o superministério da Economia. Na terça-feira (30), Guedes afirmou que o Ministério da Indústria e Comércio (MDIC) se transformou em “trincheira da Primeira Guerra Mundial” na defesa de protecionismos. Segundo ele, o governo de Jair Bolsonaro vai “salvar a indústria brasileira, apesar dos industriais brasileiros.”
“O Brasil está em um processo de desindustrialização acelerada há mais de 30 anos. Eles (MDIC) estão lá com arame farpado, lama, buraco, defendendo protecionismo, subsídio, coisas que prejudicam a indústria, em vez de lutar por redução de impostos, simplificação e uma integração competitiva à indústria internacional”, afirmou.